As críticas, contudo, não mudaram a estratégia da empresa para tentar emplacar sua própria inteligência artificial generativa. A corrida para integrar o Bard aos seus produtos se acirrou desde que a OpenAI lançou o ChatGPT em novembro, quatro meses antes.
Segundo a Bloomberg, que teve acesso a mensagens internas da empresa, a pressa por vencer essa disputa faz o Google fornecer informações de baixa qualidade e deixar de lado seus compromissos éticos.
Um dos 18 funcionários entrevistados pela agência de notícias disse que, para explicar como pousar um avião, o Bard dava sugestões que levariam a um acidente.
Segundo empregados e ex-empregados, o grupo que trabalha com ética dentro da empresa está desmoralizado. Responsáveis por questões éticas e segurança dos produtos foram instruídos a não atrapalhar nem tentar cancelar ferramentas de IA generativas em desenvolvimento.
A equipe que trabalha com desenvolvimento de IA responsável demitiu ao menos três membros na rodada de demissões na empresa em janeiro, incluindo o chefe de governança e programas. Ao todo, os cortes afetaram cerca de 12 mil funcionários do Google e de sua controladora, a Alphabet.
Em comunicado à Bloomberg, o Google disse que desenvolver uma IA responsável continua sendo uma prioridade na empresa. "Continuamos a investir nas equipes que trabalham para aplicar nossos Princípios de IA à nossa tecnologia", disse um porta-voz.
O Google declarou um "alerta vermelho" em resposta ao lançamento do ChatGPT para colocar produtos de inteligência artificial em operação -sua prioridade central no momento, segundo o jornal The New York Times. O objetivo da empresa é fazer com que a sua IA generativa se integre a outros produtos e revitalize seu mecanismo de busca, posto em xeque com o lançamento do chatbot da OpenAI e, em seguida, do novo Bing, da Microsoft.
Leia Também: Google libera o Bard, rival do ChatGPT