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Produtores de MS integram programa de recuperação do Cerrado apoiado pelo WWF-Brasil

'Manancial Vivo' recompensa proprietários de terras que preservam ou recuperam ecossistemas e prestam serviços ambientais à sociedade.

Por Midia NAS em 30/04/2023 às 15:40:42
'Manancial Vivo' recompensa proprietários de terras que preservam ou recuperam ecossistemas e prestam serviços ambientais à sociedade. Desmatamento no Cerrado em outubro de 2022.

Moisés Muálem/WWF-Brasil

Com apoio do Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil), produtores de Mato Grosso do Sul participam do programa Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), também chamado de 'Manancial Vivo', que funciona como um mecanismo de incentivo financeiro, recompensando proprietários que preservam ou recuperam ecossistemas e prestam serviços ambientais para a sociedade.

Entre os espaços preservados inclusos no programa, está a Área de Proteção Ambiental dos Mananciais do Córrego Guariroba (APA do Guariroba), que é a principal responsável pelo abastecimento público de água para Campo Grande.

O cuidado com a APA é antigo, desde 1996 produtores rurais criaram a Associação de Recuperação, Conservação e Preservação da Bacia do Guariroba (ARCP), atualmente composta por 67 membros, entre pecuaristas de corte, silvicultores e piscicultores, que visam conservar a biodiversidade e a manutenção da qualidade da água e do solo da área.

“Começamos a conversar mais com o Ministério Público, a Secretaria de Meio Ambiente e a prefeitura para entender o que precisava ser feito na Bacia. Participamos, inclusive, da elaboração do plano de manejo da APA”, explicou o presidente da ARCP, Claudinei Pecois.

Durante o período, os produtores se mobilizaram para realizar práticas de reabilitação de áreas degradadas e recuperação de nascentes, entre outras ações de conservação da natureza.

Dados e metas

Conforme estudo do WWF-Brasil, as metas climáticas só poderão ser alcançadas com a eliminação do desmatamento. Situação que também traz perdas ao agronegócio, pois, segundo nota técnica, aumenta os custos do setor.

No Cerrado, a taxa anual de desmatamento em 2022 foi de 10.689 km², segundo o PRODES Cerrado, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Número recorde nos últimos sete anos e que representa um salto de 25% quando comparado à taxa de desmatamento do ano anterior.

Entre as principais atividades responsáveis pelo desmatamento no bioma estão a produção de gado e soja. Até 2021, a agropecuária ocupava mais de 40% do Cerrado, conforme o MapBiomas.

Segundo o estudo “Qualidade e aptidão agrícola das áreas de pastagens no bioma Cerrado”, produzido pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (LAPIG-UFG), em parceria com o WWF-Brasil, entre as áreas com algum nível de degradação, mais de 7 milhões de hectares apresentam potencial agrícola e não possuem restrições para o cultivo de grãos, sendo áreas de interesse para reabilitação de produtividade.

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