"Acho importante esclarecer o motivo do corte. Os episódios em questão mostram o plot de uma banda de rastafaris que deveria se apresentar em um concurso de bandas. A ausência da banda leva um grupo de meninos brancos a se pintarem de preto e se apresentarem no lugar daquela ausente. É um caso de blackface", começou Bretas.
O termo blackface surgiu no século 19 para definir atores brancos que encenavam papéis de negros no teatro, ambiente proibido para essas pessoas até meados do século 20, frequentemente em um caráter cômico ou pejorativo.
O diretor comentou sobre as cenas que eram toleradas em 1998 são consideradas ofensivas hoje."Preservar a memória da nossa teledramaturgia sempre foi um compromisso do Viva e não há como negar o empenho do canal em resgatar clássicos da nossa história. Mas essa missão tem que se equilibrar com os valores da sociedade contemporânea".
Bretas concluiu: "Muitos espectadores poderiam se sentir ofendidos com a reprodução daquelas cenas e com a duração de um plot de blackface por vários capítulos. Respeitamos quem pensa diferente, mas nesse caso prevaleceu o entendimento de respeitar a sensibilidade da audiência de 2023".