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MPF denuncia Chadid, Iran e Waldir Neves por corrupção no Tribunal de Contas de MS

Conselheiros afastados da Corte em dezembro tĂȘm 15 dias para contestar denĂșncia

Por Midia NAS em 10/05/2023 às 06:34:08
Conselheiros Waldir Neves, Iran Coelho das Neves e Ronaldo Chadid estão afastados por 180 dias. (Foto: Divulgação/TCE-MS)

Conselheiros Waldir Neves, Iran Coelho das Neves e Ronaldo Chadid estão afastados por 180 dias. (Foto: Divulgação/TCE-MS)

O MPF (MinistĂ©rio PĂșblico Federal) denunciou os conselheiros afastados do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), Iran Coelho das Neves, Ronaldo Chadid e Waldir Neves, alĂ©m de outras 14 pessoas, no âmbito da   de Ouro, da PF (PolĂ­cia Federal), ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). No caso de Chadid, uma nova ação penal foi aberta.

Na APn (Ação Penal) 1.057, que tramita desde 2017, foram denunciados Iran; Waldir; os assessores de Chadid, Parajara Moraes Alves JĂșnior e Douglas Avedikian; o assessor de Waldir, William das Neves Barbosa Yoshimoto; e outras nove pessoas.

Em despacho publicado nesta quarta-feira (10), o ministro Francisco Falcão deu 15 dias para os acusados se manifestarem. Ele negou à empresa Dataeasy Consultoria e InformĂĄtica acesso aos autos de processos relacionados às investigações no TCE.

 

"O pedido não comporta deferimento, haja vista que os fatos apurados não estão relacionados com a empresa Dataeasy e com o contrato celebrado por esta com o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul. As investigações relacionadas à Dataeasy se restringem aos presentes autos, ao novo inquĂ©rito a ser instaurado, nos quais a defesa encontra-se devidamente habilitada, razão pela qual indefiro os requerimentos", ponderou. 

O contrato com a Dataeasy foi suspenso e depois encerrado pelo tribunal. JĂĄ na APn 1.058, foram denunciados Chadid e sua chefe de gabinete ThaĂ­s Xavier Ferreira da Costa. Falcão tambĂ©m deu 15 dias para as defesas contestarem.

O ministro ainda observou que as provas obtidas atĂ© agora podem embasar novo inquĂ©rito na corte. As ações estão em sigilo.

 

Operação Terceirização de Ouro

Em 8 de dezembro de 2022, a PF (PolĂ­cia Federal) deflagrou a Operação Terceirização de Ouro, um desdobramento da Mineração de Ouro, realizada em junho de 2021. Com apoio da Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União), foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e mais quatro cidades brasileiras. 

As investigações apontaram uso de pessoas jurĂ­dicas vinculadas à participação no certame para contratação de empresas com licitações fraudulentas. Assim, entre as estratĂ©gias utilizadas para vencer as licitações, estava a agilidade na tramitação do procedimento.

AlĂ©m de exigĂȘncia de qualificação tĂ©cnica desnecessĂĄria ao cumprimento do objeto. Por fim, faziam contratação conjunta de serviços completamente distintos em um mesmo certame e apresentação de atestado de capacidade tĂ©cnica falsificado.

 

Um dos contratos investigados, com a Dataeasy Consultoria e InformĂĄtica, supera R$ 100 mil. A corte suspendeu os pagamentos à empresa após a operação e, ao fim do termo, encerrou o vĂ­nculo

Iran, Chadid e Neves estão afastados por 180 dias. Eles tiveram redução de atĂ© 88,5% nos salĂĄrios após a ação da PF.

Conselheiro do TCE-MS foi flagrado cobrando propina

Investigações da PF apontaram o conselheiro Waldir Neves cobrando propina de um empresĂĄrio dono de uma fornecedora de cafĂ© e ĂĄgua mineral para o TCE-MS. A corporação teve autorização para monitorar conversas de dois assessores de Neves, João Nercy Cunha Marques de Souza e William das Neves Barbosa Yoshimoto. A dupla era responsĂĄvel por receber a propina.

Para a PF, o conselheiro "tinha ciĂȘncia de que seus assessores cobravam e recebiam recursos de empresĂĄrio que fornece insumos ao TCE-MS". William Yoshimoto jĂĄ tinha sido alvo da primeira fase da operação, a Mineração de Ouro.

Em janeiro de 2023, Neves conseguiu retirar a tornozeleira eletrônica para dar continuidade ao tratamento de um câncer de próstata. No fim do mĂȘs, o STF (Supremo Tribunal Federal) negou habeas corpus a Iran. A defesa pediu a revogação das medidas cautelares, para que o conselheiro retome as atividades.

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes observou que as medidas cautelares aplicadas contra o conselheiro foram autorizadas pelo STJ, e um recurso da defesa foi negado pela presidĂȘncia da corte.

"Esta Primeira Turma vem autorizando, somente em circunstâncias especĂ­ficas, o exame de habeas corpus quando não encerrada a anĂĄlise na instância competente, óbice superĂĄvel apenas em hipótese de teratologia ou em casos excepcionais. No particular, entretanto, não se apresentam as hipóteses de teratologia ou excepcionalidade", escreveu.

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