A publicação escondeu notícias sobre o conflito em um mapa customizado do Counter-Strike, jogo de tiro em primeira pessoa que é popular entre os russos.
À primeira vista, o mapa, batizado de "voyna" (guerra, em russo), retrata somente um campo de batalha em uma cidade eslava imaginária. Mas há nele uma sala subterrânea com as paredes repletas de material produzido pelos correspondentes do Helsingin Sanomat na Ucrânia.
Há, por exemplo, uma cartografia indicando alvos civis bombardeados pela Rússia desde o início da guerra. Há também imagens do massacre cometido por tropas russas na cidade de Butcha, nos arredores de Kiev, nos primeiros meses da guerra. Em voz alta, um locutor anuncia o número estimado de soldados russos mortos no conflito: 70 mil.
"Inúmeros russos ignoram o que está acontecendo na Ucrânia. Nesta sala, eles são obrigados a ver a verdade com os próprios olhos", diz a reportagem em que o Helsingin Sanomat anunciou a iniciativa.
Desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, o Kremlin impôs regras rígidas sobre a cobertura do conflito. É proibido, por exemplo, chamá-lo de guerra, sendo necessário recorrer ao eufemismo "operação militar especial". Em decorrência da censura, a mídia independente se viu obrigada a fechar as portas ou a operar no exílio.
A iniciativa do Helsingin Sanomat foi lançada em 3 de maio por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
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