O Corinthians não vence uma partida desde abril pela Libertadores - 3 a 0 sobre o Liverpool-URU, na estreia da competição - e se complicou na chave após derrotas, na Neo Química Arena, para Argentinos Juniors e Independiente del Valle. Soma-se isso ao problema com a troca de treinadores no ano: Fernando Lázaro, Cuca e Vanderlei Luxemburgo.
Com apenas três pontos somados, o time alvinegro está a três do Del Valle e a quatro do Argentinos Juniors, líder do grupo. Uma eventual derrota nesta quarta-feira complica a situação da equipe, que pode terminar a rodada a seis pontos dos rivais equatorianos. Independentemente do resultado, o Corinthians não pode ser matematicamente eliminado após o duelo na Argentina, mas não dependeria mais de si para se classificar.
Caso perca para o Argentinos Juniors, veria o rival chegar a 10 pontos, sendo assim impossível de ser ultrapassado com duas rodadas pelo fim. O Corinthians só poderia superar a pontuação do Del Valle que, em caso de triunfo, sobre o Liverpool-ÙRU nesta rodada, chegaria a nove pontos. Sendo assim, o time alvinegro precisaria vencer seus últimos dois duelos e torcer para que os equatorianos não somem mais nenhum ponto.
Além de não conseguir desempenhar seu melhor futebol em campo - está há seis jogos sem vencer na temporada - o Corinthians encara na Argentina um ambiente hostil. Em toda sua história na Libertadores, saiu do país com a vitória em apenas duas oportunidades: San Lorenzo, em 2015, e Independiente, em 2018. Ambos os triunfos foram por 1 a 0.
Ao todo, o time alvinegro realizou dez jogos na Argentina pela Libertadores; além das duas vitórias, empatou três vezes - todas contra o Boca Juniors - e sofreu cinco derrotas. Aproveitamento de 26,7%. Por outro lado, será o primeiro duelo com o Argentinos Juniors fora do Brasil.
A partida desta quarta-feira é uma oportunidade da equipe "virar a chave" da realidade no Brasileirão. Na 18ª posição e na zona de rebaixamento, o time sofre desde a primeira rodada, quando venceu o Cruzeiro, na Neo Química Arena. Com Luxemburgo, o Corinthians tem dois empates e quatro derrotas. Na mais recente, diante do Flamengo, o treinador reconheceu as melhoras da equipe, mas reconhece a pressão sobre o elenco.
"Fico satisfeito pela atitude sem bola e com atitude para jogar. É time de futebol. Não adianta marcar com olho, tem que roubar a bola do adversário. Foi o melhor jogo sob meu comando", afirmou o treinador. "Atitude é fundamental na vida. Se tiver dois banheiros na sua casa e tiver dúvida, vai fazer na calça. Tem que tomar atitude de ir no banheiro, se fizer nas calças nunca mais vai errar. O time teve atitude com e sem bola."
Defensivamente, Luxemburgo optou por lançar três zagueiros contra o Flamengo, que surtiu efeito até os acréscimos da segunda etapa, quando sofreu com a bola aérea rubro-negra. No lado ofensivo, o treinador ainda busca alternativas para conciliar as atuações de Róger Guedes e Yuri Alberto em campo. Desde que chegou, o Corinthians marcou apenas dois gols.
Renato Augusto ainda é ausência na equipe - deve retornar diante do Atlético-MG na próxima semana, pela Copa do Brasil -, mas Luxemburgo encontrou em Paulinho uma alternativa para sustentar o meio-campo da equipe. "Quando coloquei o Paulinho todo mundo ficou desconfiado, quando coloquei de primeiro volante. Lá atrás fiz isso com o Rincón, que era meia-esquerda, atacante. Paulinho fez uma partida brilhante (contra o Flamengo). Ocupou espaço, acertou, errou, teve presença física", disse, em entrevista coletiva.
Cássio, com sintomas de amidalite, ainda não é certeza para o duelo, mas viaja com o grupo. Matheus Bidu, na lateral-esquerda, garantiu e deve seguir como titular. Bruno Méndez, após boa atuação no Rio contra o Flamengo, pode receber nova oportunidade na Argentina.