Uma operação desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) na manhã dessa terça-feira (27), em Ponta Porã, cumpriu oito mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão nos imóveis dos investigados. Os alvos são todos guardas municipais e que estão envolvidos em um grande esquema de corrupção.
Segundo a investigação, os servidores públicos municipais usavam de suas funções para rotineiramente solicitar e auferir vantagens indevidas de pessoas em situação ilegal, sobretudo de pequenos contrabandistas, em um quadro de corrupção sistêmica.
Essa foi a terceira fase da Operação Deviare, que começou no mês de setembro de 2022, quando quatro guardas foram presos por desviarem armas que tinham sido apreendidas em crimes relacionados ao tráfico de drogas.
Com a quebra do sigilo telefônico, as equipes constataram que os alvos tinham um grupo de WhatsApp chamado "Laranjas Podres" no qual trocavam informações sobre a manutenção do esquema.
Desde a primeira fase até a atual, a investigação já descobriu que um dos envolvidos mantinha um comércio ilegal na fronteira, comprava e revendia armas de fogo e munições de todos os tipos de calibre.
A segunda fase ocorreu no dia 31 de janeiro deste ano, quando oito mandados de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços dos investigados e na sede da corporação.
Com a prisão de mais oito nesta terceira fase, o número total de guardas municipais de Ponta Porã envolvidos no esquema é de 26, todos estão respondendo pelos crimes de associação criminosa, peculato, comércio ilegal de armas de fogo e demais delitos.
O nome da operação faz alusão ao ato de desviar (em italiano), visto que a investigação do Gaeco se iniciou em razão do desvio de armas de fogo e munições por parte de guardas municipais em uma ocorrência de tráfico de drogas, em agosto de 2021.