Bruno Henrique anotou um gol no Rio e ainda comandou todas as principais jogadas ofensivas da equipe, para alegria de Vinícius Júnior, torcedor ilustre presente no Maracanã. Com velocidade e brigando por todas as bolas, o atacante deixou o Flamengo mais leve, competitivo e abusado em campo. Ele deixou o campo aos 28 do segundo tempo, aplaudido de pé.
Até então sem empolgar nesta edição da Libertadores, o Flamengo chegou à última rodada da fase de grupos sob pressão. Com a vaga encaminhada, porém figurando no segundo lugar do Grupo A, precisava ganhar bem para tentar desbancar o Racing do topo da tabela, fugindo de embates fortes no mata-mata e com decisão caseira.
O sentimento era de vingança. O eliminado campeão equatoriano aprontou diante dos rubro-negros na estreia, ganhando por 2 a 1 naquela que seria sua única vitória na edição. Tal tropeço tinha de ser devolvido por ao menos dois gols de saldo e ainda contando com uma mãozinha do Ñublense na casa do Racing.
Para a missão, Jorge Sampaoli modificou bastante a equipe, deixando Fabrício Bruno, Ayrton Lucas, Pulgar, Gerson e Gabigol apenas como opções no banco. Bruno Henrique como titular após quase um ano se recuperando de grave lesão no joelho era a principal surpresa. E foi do atacante o primeiro lance de perigo. O atacante passou pelo goleiro e bateu na rede pelo lado de fora. Enganou muitos torcedores e até Sampaoli.
A pressão inicial do Flamengo era gigante e acabou resultando em vantagem logo com oito minutos. Depois de série de finalizações, a bola sobrou para Pedro fazer 1 a 0. Com somente 25 minutos o placar já podia ser bem mais amplo tamanho o ímpeto dos cariocas. Faltava, contudo, capricho nas finalizações. Bruno Henrique parecia ansioso. Em linda tabela com Arrascaeta, recebendo passe de letra, o atacante parou no goleiro. Logo depois, livre na área, mandou pelo alto.
Bruno Henrique, entretanto, não fugia do jogo. Pedindo todas as bolas, deixava o Flamengo com alta intensidade, bem diferente da apresentação na casa do Red Bull Bragantino, por exemplo, na qual o time foi totalmente dominado e perdeu por 4 a 0. Em um escanteio criado por ele, Léo Pereira apareceu livre para ampliar, de cabeça.
Aos 30 minutos o Flamengo tinha os resultados necessários para avançar em primeiro. Superava o Racing no saldo de gols (4 a 3). Com seu triunfo encaminhado, torcer para os chilenos era o maior sofrimento. O Ñublense queria vaga nos playoffs da Copa Sul-Americana.
O prêmio para Bruno Henrique veio aos 41 minutos. Após passe curto e perfeito de Everton Ribeiro, dominou de direita e bateu colocado no cantinho de esquerda. Comemorou seu 81° gol pelo clube batendo no símbolo do Flamengo e sendo o acionado pela torcida.
O Aucas voltou modificado e atrevido na fase final. E começou a dar trabalho, enfim, para os defensores do Flamengo. Esqueceu, porém, que deixar o contragolpe ao atual campeão é fatal. Aos nove minutos, Bruno Henrique recebeu em velocidade e tocou para Pedro servir Victor Hugo: 4 a 0.
Ao mesmo tempo em que a goleada estava construída, veio a notícia dos dois gols dos argentinos que jogavam o Flamengo para o segundo lugar. Mesmo assim, os cariocas não desanimaram e continuaram acumulando chances criadas e desperdiçadas. Galíndez fez milagre em cabeçada de Bruno Henrique.
O atacante saiu de campo ovacionado aos 28 minutos. Exausto, mas com certeza que pode ajudar muito a equipe. Com cinco modificações, o Flamengo diminuiu o ritmo, mesmo assim, teve chances do quinto gol. Atrás, Matheus Cunha evitou o gol de honra dos equatorianos.
FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 4 X 0 AUCAS
FLAMENGO - Matheus Cunha; Wesley (Fabrício Bruno), Léo Pereira, David Luiz e Filipe Luís; Thiago Maia (Pulgar), Victor Hugo, Everton Ribeiro (Everton Cebolinha) e Arrascaeta; Bruno Henrique (Matheus Gonçalves) e Pedro (Gabigol). Técnico: Jorge Sampaoli.
AUCAS - Galíndez; Briones (Corozo), Cangá, Ángel e Cuero; Quintero (Chalá), Cano (Montero), Quiñónez, Vega e Otero; Castillo (Cifuente). Técnico: Santiago Escobar.
GOLS - Pedro, aos 8, Léo Pereira, aos 29, e Bruno Henrique, aos 41 minutos do primeiro tempo; Victor Hugo, aos 9 do segundo.
ÁRBITRO - Andrés Rojas (Colômbia).
CARTÕES AMARELOS - Everton Ribeiro e Arrascaeta (Flamengo); Corozo (Aucas).
RENDA - R$ 2.740.668,50.
PÚBLICO - 58.699 pagantes (62.924 presentes).
LOCAL - Maracanã, no Rio.
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