O animal, nascido em Nova Iguaçu de Goiás, possui uma rotina e proteções peculiares, conforme descrito pelo G1.
Viatina tem seu próprio espaço para dormir na Agropecuária Napemo, em Minas Gerais. No mesmo local, ela se alimenta e realiza suas necessidades. De acordo com relatos da imprensa, o local está sempre limpo, com uma equipe de limpeza disponível 24 horas por dia.
Apesar de ter seu "quarto privativo", a vaca não fica isolada, pois o local onde ela dorme tem acesso a uma área externa, onde pode socializar, pastar e tomar sol.
Segundo os responsáveis, essa é uma das atividades favoritas da vaca. Além disso, ela recebe cuidados especiais, como banho com xampu hipoalergênico para evitar "irritações" e não alterar o pH da pele. Além de ficar "limpinha e cheirosa", Viatina também recebe óleo de girassol atrás das orelhas quando participa de eventos.
"Aplicamos óleo de girassol em suas orelhas quando é dia de apresentação, quando há visitantes na fazenda, quando há exposição. É para dar brilho e destacar a beleza das orelhas", disse o veterinário Cleiton Acelves Borges, acrescentando que "ela é encantadora. Nos conquista todos os dias com sua docilidade".
Há também segurança permanente, com câmeras monitorando o animal. "Quando a trancamos à noite, qualquer movimento que abre a porta aciona o alarme da fazenda", explica a criadora Lorrany de Morais.
Mas por que esse animal é tão valioso?
O médico também explica que não é apenas a aparência que a torna especial. "Ela é um banco genético único, com grande capacidade de produção de carnes nobres. O volume de sua carcaça é impressionante", destaca.
"Seu valor está nos óvulos - conhecidos como ovócitos no setor - que são coletados para procedimentos de fertilização in vitro em laboratório, gerando embriões para serem implantados em outras vacas", continua a explicar.
Para preservar a genética valiosa, os responsáveis pelo animal coletam dez lotes de óvulos por ano, em um procedimento conhecido como "aspiração". Segundo explicam ao G1, em cada sessão são coletados 80 óvulos, que são levados ao laboratório para fertilização in vitro.
Cada procedimento gera dez gestações, totalizando 100 por ano. "Nesse processo, há aborto e morte prematura. Chegamos a ter uma perda de 20% a 25% dos bezerros", explica o veterinário.
"Viatina é um banco genético que permite produções com diferentes objetivos. Se você quiser produzir animais para exposição, ela oferecerá toda a beleza racial. Se quiser produzir carne para consumo, ela oferecerá toda a qualidade da carne nobre", explica Borges.
Esse processo já deu frutos, com algumas bezerras já conquistando prêmios.