Priscila Mariano tem 36 anos. A mãe dela é indígena da Aldeia Bananal. Por parte paterna é descendente de negros, com parentes que viveram em quilombos. Por muito tempo considerou-se cafuza, mas agora se apropriou do novo termo utilizado Afro-indígena. Ela relata que no evento pode adquirir mais conhecimento sobre a sua ancestralidade.
"É sempre bom relembrar a história e aprofundar as raízes. Para mim, esse encontro potencializa o vigor por aprender, quero que isso faça mais parte da minha vida e da vida da minha família. Nos dá mais força pra continuar lutando pelas nossas causas para o nosso real espaço na sociedade." ressalta.
Lúzio Ribeiro é da comunidade quilombola Araújo e Ribeiro, de Nioaque, e relata o seu processo para entender-se como Afro-indígena.
“Sou de família indígena e negra, pai negro e mãe indígena. Hoje me reconheço como afro-indígena sem dificuldades. Antes, questionava pertencer a ambos os povos, pois vivia fora de aldeias e comunidades quilombolas. Agora, com orgulho, pertenço a esses dois povos. Estar em um evento e representar as 5 aldeias indígenas e 4 comunidades quilombolas de Nioaque me traz muita alegria. Participar de rodas de conversa é o início de um trabalho para buscar políticas públicas e combater o preconceito e racismo.”
Já o subsecretário de Políticas Públicas para os povos originários, Fernando Souza, ressaltou que o evento foi importante por estabelecer um fortalecimento étnico do negro e do indígena e também ajudar a combater as discriminações raciais. "Hoje ainda a gente vive dentro de uma sociedade altamente preconceituosa, a discriminação e a xenofobia, são pontos negativos com relação a um grupo étnico que está presente na história na composição da sociedade da população brasileira", frisa.
Fonte: Ascom Setescc