Rosildo Barcellos*
O Brasil é o 5º país em incidência em diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), perdendo para Índia e Paquistão, por exemplo. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões. Esses dados estão no Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). É uma doença antiga mas que demorou ser oficialmente diagnosticada. Nos idos de 1670 o médico inglês Thomas Willis provou a urina de indivíduos que apresentavam sintomas parecidos e percebeu que ela era muito doce. Quase dois séculos depois, em 1815, o químico francês M. Chevreul demonstrou que o açúcar dos diabéticos era glicose.
Por outro lado, no período de 2012 a 2021, 245.811 brasileiros sofreram amputação de membros inferiores, envolvendo pernas ou pés, uma média de 66 pacientes por dia das amputações são motivadas por uma pequena ferida no pé. Atualmente generalizando temos os: Tipo 1: causado pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos. Tipo 2: que resulta da resistência à insulina e de deficiência na sua secreção. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos.
O tratamento correto do diabetes é manter uma vida saudável. evitando complicações que surgem em consequência do mau controle da glicemia, tais como a retinopatia diabética: lesões que aparecem na retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos que podem provocar a perda da acuidade visual; a nefropatia diabética: alterações nos vasos sanguíneos dos rins fazem com que haja a perda de proteína na urina; a neuropatia diabética: os nervos ficam incapazes de emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas como: formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos; dores locais e desequilíbrio; enfraquecimento muscular; distúrbios digestivos; excesso de transpiração. Ou ainda o pé diabético: que ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma úlcera (ferida).
Até chegar então ao infarto do miocárdio e/ou acidente vascular: que ocorrem quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O mais recente tratamento é a cirurgia metabólica que foi reconhecida como tratamento cirúrgico do "Diabetes Tipo 2", pelo Conselho Federal de Medicina em 2017. O conceito surgiu da observação do controle do diabetes tipo 2 em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. A diferença entre as duas é que a cirurgia metabólica visa o controle do diabetes e doenças relacionadas. Já a cirurgia bariátrica tem como objetivo a perda de peso, com as metas para contenção das doenças, como o diabetes e hipertensão, em segundo plano.
O procedimento é realizado por videolaparoscopia, através de pequenos furos na parede abdominal. Essa alteração promove a passagem mais rápida do alimento do estômago para o intestino e traz mudanças metabólicas como a aceleração da produção de hormônios, que atuam no pâncreas melhorando a produção de insulina, o que normaliza os níveis de glicose no sangue. Os exames mais comuns relacionados são: o de glicose que orienta a determinação quantitativa de glicose em soro, plasma, urina e líquido cefalorraquidiano humanos. O exame da curva glicêmica, também chamado de teste oral de tolerância à glicose, ou TOTG, O Frutosamina que SE destinae a ser utilizado na determinação da concentração de frutosamina no soro ou plasma humano, e o exame de hemoglobina glicada, conhecido como HbA1C que é o principal exame indicado na hora de investigar o diabetes, por não necessitar de jejum e de mostrar um panorama amplo.
*Articulista