Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento Pnad, afirma que o IBGE não trabalha com o termo "pleno emprego" em seus estudos. "Esse é um conceito acadêmico que não é incorporado na construção dos nossos indicadores. Temos as taxas, que são analisadas dentro das características de cada unidade da federação e de seus mercados de trabalho."
A pesquisadora, no entanto, cita o crescimento da agropecuária como determinante para o baixo nível de desocupação no Mato Grosso sul e no Mato Grosso. Já em Santa Catarina e no Paraná, Adriana observa o avanço da atividade industrial e de serviços na região.
No caso específico de Rondônia, estado com a menor taxa de desemprego do Brasil, Adriana atenta para o elevado número de profissionais na informalidade. “O estado tem quase 50% dos seus trabalhadores sem carteira assinada e sem registro”, observa ela.
“É preciso entender que, mesmo havendo um desemprego menor, o nível dos empregos também é de menor qualidade sob o ponto de vista de segurança para o trabalhador, o que também precisa melhorar”, reforça.
O economista membro do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) Carlos Caixeta analisa que a redução de 1,5 milhão de pessoas fora da força de trabalho em um ano confirma a retomada da economia brasileira. Para os próximos meses, Caixeta cita a redução das taxas de juros e a aprovação da reforma tributária como determinantes para trazer mais “credibilidade” para o Brasil no cenário internacional.
“Esse pacote vai trazer mais investimentos, algo determinante para aumentar as contratações e reduzir o desemprego, o que tem um efeito positivo. [ ] Essa retomada do crescimento dinamiza a economia e, com mais pessoas pagando impostos, contribui para elevar a arrecadação”, diz Caixeta.
*com informações R7