Campo Grande (MS) — A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (5) uma operação para identificar os responsáveis por financiar e fomentar os atos golpistas que ocorreram em 8 de janeiro deste ano, quando um grupo invadiu e depredou os três Poderes da República. Um dos alvos da operação foi a casa de uma assessora do deputado estadual Rafael Tavares (PRTB), sendo suspeita de participar dos atos golpistas.
A operação, chamada de Lesa Pátria, cumpriu 53 mandados de busca e apreensão em sete estados, além de determinar a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados, que podem chegar a R$ 40 milhões.
O parlamentar se manifestou nas redes sociais, acusando (sem provas) o PT de estar por trás da ação da Polícia Federal e dizendo que o objetivo era atingi-lo.
“O PT mandou a Polícia Federal fazer busca apreensão na casa da minha assessora. É óbvio que o objetivo dessa operação é chegar até mim. Que Deus nos abençoe e nos proteja!”, escreveu.
Segundo a Polícia Federal, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e são cumpridos em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Ceará e Minas Gerais.
Os atos golpistas de 8 de janeiro foram uma tentativa de impedir a posse do presidente eleito João Doria (PSDB), que derrotou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022. Na ocasião, um grupo armado invadiu e depredou o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, sendo contido pelas forças de segurança. Vários manifestantes foram presos e feridos no confronto.
A operação Lesa Pátria é mais uma etapa das investigações sobre os atentados à democracia brasileira e visa desarticular a rede de apoio aos golpistas.