Corumbá (MS) — Após calote do município na empresa responsável por realizar transferência de pacientes internados na Santa Casa de Corumbá, para Campo Grande, a população depende de outros municípios para que pacientes não morram por falta de transporte adequado.
Um caso de grande repercussão neste final de semana, gerou indignação e revolta nas redes sociais, ao contar o drama vivenciado por Ravel Giordano de Assumpção (54).
O homem, que sofreu um ataque cardíaco grave na última sexta-feira (8), precisou contar com generosidade, da prefeitura de Miranda, que cedeu uma UTI móvel, para que ele pudesse ser removido até a Capital do Estado.
O veículo precisou percorrer mais de 220 quilômetros para prestar o socorro a Ravel que podia perder a vaga disponibilizada pela central de regulação, e pior, ter seu quadro de saúde ainda mais complicado devido à falta de atendimento especializado.
Na noite deste domingo, com mais de 48 horas de espera, a transferência de Ravel foi realizada pelo veículo cedido pela Prefeitura de Miranda.
A saga foi transmitida pela irmã de Ravel em sua rede social. As imagens mostram a ambulância com as inscrições da Prefeitura de Miranda chegando na Santa Casa de Corumbá para realizar a remoção do paciente, que ainda irá enfrentar mais de 5 horas de viagem pela BR-262, até chegar em Campo Grande.
A situação chama ainda mais atenção, pelo fato de se tratar da terceira cidade com maior arrecadação de ICMS de Mato Grosso do Sul, e com uma população de quase 100 mil habitantes. Ainda assim, após a repercussão do caso, (e somente por isso), o município emitiu uma nota em que disse conta apenas com uma UTI móvel e que, atualmente, se encontra quebrada, ou seja, fora de uso.
O município ainda admite que a situação não é nova. Somente neste feriado de sete de setembro, dois pacientes precisaram contar com a cedência da Prefeitura de Miranda para que pudessem ser removidos.
Uma nova ambulância, segundo informações da nota emitida pelo município, só será adquirida, graças ao esforço da Câmara Municipal de Vereadores, que destinou uma emenda parlamentar coletiva para que "a pobre prefeitura" possa realizar a compra.
Sem data ainda para entrega, a precária administração municipal seguirá dependente da generosidade de municípios com arrecadações bem mais modestas, mas que priorizam o que realmente é importante para população, poder transferir seus pacientes a locais que possam prestar um atendimento médico especializado.
Confira na íntegra a nota da prefeitura AQUI
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