O mundo da ciência perdeu um de seus grandes nomes no domingo (10). Ian Wilmut, o cientista britânico que liderou a equipe responsável pela criação da ovelha clonada Dolly, faleceu aos 79 anos, vítima de mal de Parkinson. A notícia foi divulgada pela Universidade de Edimburgo, onde ele trabalhava como professor emérito.
Wilmut foi um dos pioneiros na técnica de clonagem de mamíferos a partir de células adultas, usando um processo chamado transferência nuclear de células somáticas (SCNT). Essa técnica consiste em retirar o núcleo de uma célula somática (que não é reprodutiva) e transferi-lo para um óvulo sem núcleo. O óvulo é então estimulado eletricamente para se desenvolver como um embrião e implantado em uma fêmea receptora.
Foi assim que nasceu Dolly, em 1996, no instituto de pesquisa em ciências animais da Escócia. Ela foi o primeiro mamífero a ser clonado a partir de uma célula adulta, no caso, uma célula da glândula mamária de uma ovelha. O nome “Dolly” foi uma homenagem à cantora country Dolly Parton.
A criação de Dolly gerou manchetes e debates éticos acalorados em todo o mundo, além de abrir novas possibilidades para a pesquisa biomédica. Wilmut defendia que a clonagem poderia ser usada para criar animais geneticamente modificados para produzir medicamentos ou órgãos para transplantes.
Depois de Dolly, ele continuou suas pesquisas sobre clonagem e células-tronco, buscando formas de tratar doenças degenerativas como o mal de Parkinson.
Wilmut recebeu diversos prêmios e honrarias por sua contribuição à ciência, incluindo o título de cavaleiro do Império Britânico em 2008. Ele também foi autor ou coautor de vários livros e artigos científicos sobre clonagem e biotecnologia.
Participe da lista VIP do FOLHA MS e receba as principais notícias no seu celular