"Eu pago as minhas contas com o conteúdo adulto. Se eu tivesse só vivendo do jiu-jitsu como cinco anos atrás, eu fazia por volta de dez mil dólares (cerca de 51,6 mil reais na cotação desta sexta (21)) em cada viagem, com as lutas e seminários. Se eu for comparar isso com uma semana de trabalho no FanTime, eu ganho muito mais [na plataforma] que no jiu-jitsu", diz à reportagem.
Mas se engana quem pensa que Talita abandonou o esporte. Pelo contrário. Hoje, ela vive na Flórida, nos Estados Unidos, e direcionou sua rotina de treinos para outro esporte: o MMA (artes marciais mistas).
A experiência como modelo e produtora de conteúdo adulto é visto como consequência da atual vida da brasileira, já que foram os gerentes da carreira de Talita na luta que sugeriram a ela começar a se fotografar.
"Eu disse: por que não? Posso fazer dinheiro, posso explorar meu lado de modelo. Sem falar que a maioria das atletas já estava fazendo. Eu as usei como exemplo para mim. O meu ponto essencial para ser modelo foi pensando em ir para a TV".
Talita conta que já sofreu preconceito por querer explorar seu lado mais sexy, incluindo na própria família
"Minha mãe falou das 'fotos que eu estava postando'. Respondi: 'mãe, estou desbravando uma área que você não teve oportunidade de fazer'. Eu não estou nem aí com o preconceito que as pessoas falam. Rola piadinha o tempo todo, mas não ligo porque crio uma série de oportunidades para minha vida", declara.
"Eu já estou com uma certa idade, eu quero aproveitar o máximo possível e vou explorar o máximo possível a minha beleza e minha sexualidade, ainda mais que a gente é atleta e tem um monte de fãs nos acompanhando. Preconceito rola o tempo todo, inclusive na academia", lamenta.
Ela ainda explica que não faz conteúdo explícito e aponta que os assinantes norte-americanos são diferentes dos brasileiros.
"No Brasil, [as criadoras de conteúdo] fazem bem pesado, tipo mostrando a pepeca. Aqui não é tanto assim. Eles [os assinantes] querem ser exclusivos e você acaba vendendo mais, enquanto o público no Brasil está procurando pornô. É bem diferente. Eu começo com algo estilo Instagram, mostrando um pouquinho, só sensualizando. Não faço tipo pornô até pela minha vida de atleta", argumenta.
"Para o meu público, o que mais vende é a figura 'jiu-jitsu sexy', mas sem quebrar a hierarquia e o respeito pelo esporte. É foto de pé, bunda, costas...", detalha.
Ela se considera uma sexy symbol e afirma que não pensa em abandonar o esporte. Talita quer conciliar as duas facetas.
"Baseada nos meus seguidores, sim, sou uma sex symbol no esporte. Mas ainda não tenho muitos seguidores, porque demorei para entrar nessa área em relação a outras lutadoras. Tinha vergonha de mostrar a minha bunda, mas agora estou nem aí e fico a vontade. Não pode ter medo de ficar nua na frente do fotógrafo. Hoje em dia não tenho vergonha de mostrar a xerec*", conta, aos risos.
No papo, ela detalha a rotina de treino para manter o corpo e se preparar para as lutas de MMA -ela está focada em entrar futuramente na UFC (Ultimate Fighting Championship), principal e mais lucrativa organização de MMA que existe. A rotina ainda inclui preparação para concursos, como o Bela da Copa, e entrevistas.
"Eu acordo seis horas da manhã todos os dias. De segunda a sexta, dou aula, treino, volto para casa e estudo inglês. Dou aula para os meus estudantes, dou aula para crianças e volto para academia. A minha rotina é um vai e volta dirigindo. Vou para outra cidade fazer preparação física e estou sempre conciliando com as entrevistas e curso para melhorar para o Belas da Copa e para a televisão", diz.
"As minhas expectativas são as melhores para o concurso (Bela da Copa). A minha beleza é a mais natural. Não tenho bunda falsa. Tenho grandes possibilidades", finaliza ela, que representa o Portugal na competição de beleza.