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CFM suspende resolução sobre prescrição da Cannabis medicinal

Por Midia NAS em 25/10/2022 às 09:55:26

O plenĂĄrio do Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu sustar temporariamente os efeitos da Resolução 2.324/2022, que estabelecia regras para a prescrição de medicamentos à base do canabidiol, um derivado da Cannabis. A decisão foi tomada na manhã de ontem (24) em reunião plenĂĄria extraordinĂĄria e publicada hoje (25) no DiĂĄrio Oficial da União (DOU).

Com a nova resolução, ficam suspensos os efeitos da norma publicada no Ășltimo dia 14 e a decisão pela indicação do uso do canabidiol volta a ser de responsabilidade do médico, de acordo com regras jĂĄ estabelecidas pela AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa).

Também nesta segunda-feira, o CFM abriu uma consulta pĂșblica para receber contribuições sobre o tema. Os interessados tĂȘm 60 dias, até 23 de dezembro, para apresentar suas sugestões por meio de uma plataforma eletrônica. As informações vão servir de subsĂ­dio e serão tratadas sob os critérios de sigilo e anonimato, segundo o conselho.

Entenda

A norma agora suspensa foi publicada no Ășltimo dia 14, restringindo a prescrição do canabidiol apenas para o tratamento de epilepsia refratĂĄria em crianças e adolescentes com sĂ­ndrome de Dravet e Lennox-Gastaut ou complexo de esclerose tuberosa. Para os demais tipos de epilepsia, a substância não poderia mais ser prescrita.

Dessa forma, pessoas adultas e doenças como depressão, ansiedade, dores crônicas, Alzheimer e Parkinson não estavam cobertas pela resolução. A medida também proibia médicos de darem palestras e cursos fora do ambiente cientĂ­fico sobre o uso do canabidiol e de outros produtos derivados da Cannabis, bem como de fazer divulgação publicitĂĄria das substâncias.

De acordo com dados da própria Anvisa, estima-se que mais de 100 mil pacientes façam algum tipo de tratamento usando a chamada Cannabis mediinal. Além disso, mais de 66 mil medicamentos à base da planta foram importados em 2021. Atualmente, cerca de 50 paĂ­ses jĂĄ regulamentaram o uso medicinal e industrial da Cannabis e do Cânhamo.

Legalidade

Na Ășltima segunda-feira (17), o Ministério PĂșblico Federal (MPF) instaurou procedimento preparatório para apurar a legalidade da primeira resolução do CFM. Como primeiras providĂȘncias, o MPF requisitou à Anvisa documentos que mostrem as evidĂȘncias cientĂ­ficas que sustentam as atuais autorizações para uso medicinal da Cannabis no Brasil.

O procurador da RepĂșblica requisitou ao CFM documentos que demonstrem evidĂȘncias cientĂ­ficas que sustentam a resolução de 14 de outubro. Também foi requisitado ao Ministério da SaĂșde informações sobre as repercussões administrativas, financeiras e técnicas no Sistema Único de SaĂșde (SUS) das resoluções da Anvisa e do CFM. O prazo para as respostas é de 15 dias.

Na Ășltima sexta-feira (21), pacientes e representantes de associações de cultivo protestaram na sede do CFM pedindo a revogação do texto.

Tags:   Saúde
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