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Internacional

Aprovado estudo de implante cerebral em humanos com paralisia

A Neuralink, uma startup que desenvolve chips, vai poder recrutar humanos para iniciar testes de implante cerebral para casos médicos.


A Neuralink, uma startup que desenvolve chips, vai poder recrutar humanos para iniciar testes de implante cerebral para casos médicos. A empresa informou que recebeu, na terça-feira (19), aprovação de um conselho de revisão independente. As pessoas com lesões da medula espinhal cervical ou esclerose lateral amiotrófica podem qualificar-se para o estudo, que durará seis anos.

A partir desta semana a Neuralink, que é do multimilionário Elon Musk, pode começar a recrutar humanos para o primeiro teste de implante cerebral. O dispositivo é um interface cérebro-computador dirigido para pacientes com paralisia.

Ainda não se sabe, até o momento, o número de participantes que poderão se inscrever no ensaio clinico, mas já foram reveladas as características dos candidatos: doentes com paralisia devido a lesão da medula espinhal cervical ou esclerose lateral amiotrófica.

Em comunicado, a Neuralink explicou que o estudo usará um robô para colocar cirurgicamente o implante de interface cérebro-computador em uma "região do cérebro que controla a intenção de movimento".

“O objetivo inicial é permitir que as pessoas controlem um cursor ou teclado de computador usando apenas os seus pensamentos.”

Segundo a Reuters, a Neuralink esperava receber aprovação para implantar o dispositivo em dez pessoas.

Porém, estava negociando um número menor com a Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, após a agência ter levantado preocupações de segurança, segundo relatos de funcionários.

Entretanto, não se sabe quantos pacientes a FDA aprovou ou quando e onde o ensaio será realizado.

De acordo com especialistas, caso o implante cerebral demonstre ser seguro para uso humano, levará mais de uma década para que a empresa obtenha autorização de venda.

Escrutínio federal

No ano passado, a FDA negou o pedido da empresa para acelerar os testes em humanos, mas em maio o regulador norte-americano acabou por dar a autorização para o primeiro ensaio clínico.

Na rede X, a empresa explicava, à época, que “o recrutamento ainda não está aberto para o nosso ensaio clínico. Anunciaremos mais informações sobre isso em breve”.

Meses antes, a Neuralink esteve sob escrutínio federal pela forma como geria os ensaios em animais. Isto porque surgiram relatos de ex-funcionários sobre o sofrimento desnecessário causado às cobaias e caracterizaram as operações como "trabalhos de hack". Alegaram que, em um caso específico, o dispositivo foi implantado na posição errada em porcos, levando à eutanásia dos animais.

As informações desencadearam inquéritos conduzidos pelo Departamento de Agricultura. Na investigação, foi citado o abuso de animais e o Departamento de Transportes foi questionado sobre o manuseio incorreto de materiais com risco biológico entre estados.

Aparentemente, a empresa superou essas questões, uma vez que Elon Musk já deu a entender que quer ampliar as operações da Neuralink. Afirma que facilitaria inserções cirúrgicas rápidas dos seus dispositivos com chips para "tratar doenças como obesidade, autismo, depressão e esquizofrenia".

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