O casal preso por manter os filhos em cárcere privado, duas crianças de 4 e 8 anos, irá responder pelos crimes de maus-tratos. O caso aconteceu em um apartamento situado no Bairro Jardim Canguru, em Campo Grande, durante a tarde desta sexta-feira (29),
Conforme apurado pela reportagem, o casal nega ter cometido os crime e irá depor em audiência de custódia neste sábado (30).
Os meninos eram mantidos presos no quarto pelos pais e muitas vezes comeram ração de cachorro, já que não estariam sendo alimentados. O caso foi registrado como abandono de incapaz e maus-tratos na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
Equipe da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foi acionada por uma vizinha e ao chegar no residencial, conseguiu ouvir os dois meninos gritando para serem tiradas do quarto porque queriam ir ao banheiro. Os guardas então foram até a porta do apartamento sendo recebidos pela mãe das vítimas.
Ao ser questionada sobre as crianças estarem no quarto gritando, a mulher de 29 anos afirmou que a porta do dormitório estava apenas encostada por precaução. Os guardas então entraram no apartamento e encontraram o pai dos meninos, homem de 36 anos.
Segundo a equipe, o apartamento estava totalmente insalubre, com sujeira por toda a parte, roupas jogadas pelo chão, cheiro de urina de animais, panelas sujas e abertas e sacos de lixos amontoados na cozinha. Aos guardas, a vizinha afirmou que as crianças ficavam presas diariamente durante a noite e só eram liberadas quando os pais acordavam.
A mulher de 57 anos ainda relatou que um vizinho era quem alimentava as crianças. Conforme o relato da vizinha, os meninos começaram a gritar por volta das 5h40 e os pais costumavam acordar sempre muito tarde. O Conselho Tutelar foi acionado e todos os envolvidos levados para a DEPCA.
Na delegacia, as crianças foram ouvidas e contaram que a mãe sai à noite para reunião religiosa e só volta no outro dia, por isso elas ficavam trancadas no quarto. Os meninos disseram ainda que às vezes comiam pão e ração de cachorro, pois só conseguiam se alimentar quando o pai abria a porta do local.