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Cientistas que exploram o mundo dos elétrons vencem o Nobel de Física 2023

O francês Pierre Agostini, o austríaco-húngaro Ferenc Krausz e a franco-sueca Anne L’Huillier são os vencedores do Prêmio Nobel de Física de 2023 por suas pesquisas sobre o deslocamento dos elétrons dentro dos átomos e das moléculas.

Por Midia NAS em 03/10/2023 às 11:16:31
Foto: Reprodução internet

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O francês Pierre Agostini, o austríaco-húngaro Ferenc Krausz e a franco-sueca Anne L’Huillier são os vencedores do Prêmio Nobel de Física de 2023 por suas pesquisas sobre o deslocamento dos elétrons dentro dos átomos e das moléculas. “As contribuições dos laureados permitiram os estudos de processos que são tão rápidos que antes eram impossíveis de acompanhar”, disse o Comitê Nobel, acrescentando que os físicos foram premiados por “métodos experimentais que geram pulsos de luz de attossegundos para o estudo das dinâmicas do elétron na matéria”, explicou o júri. O attossegundo representa para o segundo o que o segundo representa para 30 bilhões de anos. O trio “demonstrou uma forma de criar pulsos extremamente curtos de luz que podem ser usados para medir os processos rápidos nos quais os elétrons se deslocam ou mudam de energia”, acrescentou o júri. Os vencedores vão dividir 11 milhões de coroas suecas (quase US$ 1 milhão, equivalente a R$ 5 milhões, na cotação atual) e receberá o prêmio das mãos do rei Carl XVI Gustaf da Suécia, em uma cerimônia em Estocolmo em 10 de dezembro, data da morte em 1896 do criador do prêmio, Alfred Nobel.

Pierre Agostini é professor da Ohio State University (Estados Unidos). Ferenc Krausz é diretor do Instituto Max Planck na Alemanha. Anne L’Huillier, apenas a quinta mulher a receber o Nobel de Física desde sua criação em 1901, é professora na Universidade Lund da Suécia. “Estou muito emocionada (…) Não há muitas mulheres que recebem este prêmio, então é muito, muito especial”, disse L’Huillier, que recebeu a ligação da Real Academia Sueca de Ciências durante uma aula. “Foi difícil terminar a aula”, admitiu. A semana do Nobel prossegue na quarta-feira com o prêmio de Química. Na quinta-feira será anunciado o vencedor de Literatura e na sexta-feira o Nobel da Paz. Na próxima segunda-feira, 9, o prêmio de Economia encerra a temporada. Na segunda-feira, 2, o Nobel de Medicina foi atribuído à húngara Katalin Karikó e ao americano Drew Weissman por estudos que possibilitaram o desenvolvimento as vacinas de RNA mensageiros, cruciais na luta contra a covid-19.

Os vencedores do Nobel de Física da última década

  • 2023: Pierre Agostini (França), Anne L’Huillier (França/Suécia) e Ferenc Krausz (Áustria/Hungria) por estudos sobre o deslocamento dos elétrons dentro dos átomos e das moléculas.
  • 2022: Alain Aspect (França), John Clauser (Estados Unidos) e Anton Zeilinger (Áustria) por suas descobertas de mecanismos revolucionários no campo da mecânica quântica.
  • 2021: Syukuro Manabe (Japão/Estados Unidos) e Klaus Hasselmann (Alemanha), por seus trabalhos nos modelos físicos da mudança climática, e Giorgio Parisi (Itália), por sua contribuição à denominada teoria dos sistemas complexos.
  • 2020: Roger Penrose (Reino Unido), Reinhard Genzel (Alemanha) e Andrea Ghez (EUA) por suas pesquisas sobre os buracos negros e os segredos de nossa galáxia.
  • 2019: James Peebles (Canadá-Estados Unidos) e Michel Mayor e Didier Queloz (Suíça) por seus trabalhos sobre o cosmos e a primeira descoberta de um exoplaneta.
  • 2018: Arthur Ashkin (Estados Unidos), Gérard Mourou (França) e Donnna Strickland (Canadá) por suas pesquisas no campo do laser que abriram o caminho para a criação de instrumentos de precisão avançada na medicina e na indústria.
  • 2017: Rainer Weiss, Barry Barish e Kip Thorne (Estados Unidos) pela observação das ondas gravitacionais, que confirma uma previsão de Albert Einstein em sua teoria geral da relatividade.
  • 2016: David Thouless, Duncan Haldane e Michael Kosterlitz (Reino Unido) por seus trabalhos sobre os isolantes topológicos, materiais “exóticos” que podem permitir em um futuro mais ou menos próximo criar computadores superpotentes.
  • 2015: Takaaki Kajita (Japão) e Arthur B. McDonald (Canadá), pela descoberta das oscilações dos neutrinos, que demonstram que estas enigmáticas partículas subatômicas têm massa.
  • 2014: Isamu Akasaki e Hiroshi Amano (Japão) e Shuji Nakamura (Estados Unidos), inventores do diodo emissor de luz (LED).

*Com informações da AFP

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