Para o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), conjunto depoimentos, relatórios médicos, troca de mensagens mostrando foto da criança ferida são suficientes como provas. Mãe e padrasto de Sophia não falaram durante audiência.Jéssica BenitezO Ministério Publico de Mato Grosso do Sul (MPMS) pediu, nesta segunda-feira (9), à Justiça que Sthepanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim sejam julgados em júri popular, em Campo Grande. Os dois são réus pela morte de Sophia O'campo, que morreu aos 2 anos, em janeiro deste ano.Sthepanie é mãe da menina, Christian, padrasto. Ambos são acusados de homicídio agravado por motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos, com implicações por se tratar de crime hediondo. O homem soma acusação de estrupo de vulnerável.O relatório da promotoria agrupa partes dos depoimentos, perícia, relatórios do atendimento médico e troca de mensagens entre os acusados. O acumulado de provas corroboram o pedido para que os réus sejam julgados em júri popular. Sophia morreu com dois anos em Campo GrandeArquivo pessoal/ ReproduçãoConversas entre os acusados são incluídas como prova. Imagens de Sophia com a cabeça sangrando, exatamente um ano antes da morte, foi compartilhada pelos dois réus. Stephanie questionava o então companheiro sobre o ferimento. Em resposta, Christian disse que "deu dois cascudos" na criança, alegando que o corte, provavelmente, era mínimo."Tais agressões recorrentes, por parte dos denunciados, decorriam do mero desgostar por parte deles em relação ao comportamento, de Sophia, o qual não passava dos limites da normalidade para uma criança de dois anos, assim como a ação homicida motivada por tais situações", frisaram os promotores. Mãe e padrasto em silêncioChristian Campoçano e Sthepanie de Jesus sentados no banco dos réus.Gabrielle TavaresSthepanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim escolheram ficar em silêncio durante última audiência de instrução realizada no fim de agosto do mês passado.Os dois estão presos preventivamente desde 26 de janeiro deste ano, pelos crimes de homicídio qualificado e estupro de vulnerável.Ao juíz, Sthepanie disse que gostaria muito de falar, mas que por orientação de seus advogados, ficaria em silêncio. Por sua vez, defesa dela, Camila Garcia de Rezende, alegou que a ré só iria depor se a audiência tivesse sido adiada, pedido que foi negado logo no início da sessão.O advogado de Cristian, Renato Cavalcante Franco, afirmou que orientou o cliente a ficar em silêncio porque ainda serão anexadas mais provas ao inquérito, como a perícia do celular de Christian.Morte de meninaSophia morreu aos 2 anos. Arquivo Pessoal/ReproduçãoSophia Jesus Ocampos, de 2 anos, morreu no dia 26 de janeiro de 2023. Ela foi levada já sem vida pela mãe à UPA do Bairro Coronel Antonino. Segundo o médico legista, o óbito havia ocorrido cerca de sete horas antes.Em depoimento, a mãe confirmou que sabia que a menina estava morta quando procurou a unidade de saúde. O laudo de necropsia do corpo da menina, emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), apontou que a causa da morte foi por traumatismo na coluna cervical e confirmou que Sophia foi estuprada.A declaração de óbito aponta que a causa da morte foi por um trauma na coluna cervical, que evoluiu para o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica. O documento ainda diz que a menina sofreu "violência sexual não recente".As idas de Sophia à unidade de saúde eram frequentes. O prontuário médico da menina consta que ela passou por 30 atendimentos médicos em unidades de saúde da capital, uma delas por fraturar a tíbia.Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: