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AuxĂ­lio de R$ 600 em 2023 pressiona teto de gastos

Por Midia NAS em 19/09/2022 às 19:11:20

Fonte: AgĂȘncia Senado

A prorrogação do AuxĂ­lio Brasil no valor de R$ 600 durante o próximo ano não cabe no teto de gastos da União de 2023. A conclusão é do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de setembro, publicado na quinta-feira (15) pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.

Originalmente fixado em R$ 400, o benefĂ­cio foi reajustado temporariamente para R$ 600 por meio da Emenda Constitucional 123, de 2022. O pagamento extra de R$ 200 vale apenas até dezembro deste ano. No projeto de Lei OrçamentĂĄria Anual (PLN 32/2022) enviado ao Congresso Nacional em agosto, o Poder Executivo admite a hipótese de pagar um AuxĂ­lio Brasil de R$ 405 a partir de 2023.

De acordo com a IFI, a eventual manutenção de um benefĂ­cio de R$ 600 para cerca de 21,6 milhões de famĂ­lias a partir de janeiro "demandarĂĄ esforço para acomodação no Orçamento". "A manutenção do benefĂ­cio adicional demandaria ajustes no Orçamento e eventualmente nas regras fiscais, quer seja para tornar o gasto adicional excepcional à regra do teto, quer seja para acomodar a despesa à regra existente. Ou seja, caso a opção seja por manter o AuxĂ­lio Brasil em R$ 600 no próximo ano, o governo precisarĂĄ, em momento oportuno, divulgar como seria feito esse pagamento cumprindo a regra constitucional do teto de gastos", destaca o RAF.

Segundo o documento, o pagamento de R$ 600 deve impactar a despesa primĂĄria em R$ 51,8 bilhões, o equivalente a um gasto de 0,5% do produto interno bruto (PIB) em 2023. Nesse cenĂĄrio, a despesa primĂĄria total do governo central saltaria de R$ 1,86 trilhão para R$ 1,92 trilhão.

Para pagar os R$ 600 e respeitar a regra do teto de gastos, o Poder Executivo precisaria promover uma "compressão das despesas discricionĂĄrias" de R$ 115,7 bilhões para R$ 63,9 bilhões. De acordo com a IFI, essa redução eleva o risco de descumprimento do teto e a possibilidade de paralisação no funcionamento da mĂĄquina pĂșblica.

"Um cenĂĄrio como o apresentado acima não é razoĂĄvel em razão do montante mĂ­nimo de despesas discricionĂĄrias necessĂĄrio para o funcionamento da mĂĄquina pĂșblica. O exercĂ­cio evidencia, portanto, não apenas a ausĂȘncia de espaço no teto de gastos da União para a execução da despesa do AuxĂ­lio Brasil em R$ 600, mas as dificuldades impostas ao governo para a acomodação desse gasto no Orçamento", conclui o RAF.

Ainda segundo o documento, o pagamento do AuxĂ­lio Brasil de R$ 600 e as desonerações previstas no projeto de Lei OrçamentĂĄria Anual podem elevar o déficit primĂĄrio da União a R$ 91,6 bilhões em 2023. "A principal renĂșncia consiste na prorrogação da desoneração de Cide e PIS/Cofins sobre os combustĂ­veis e o gĂĄs de cozinha", destaca a IFI.

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