Nesta sexta-feira, 28, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes foi entrevistado pelo Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, para falar sobre o 2º turno das eleições, em especial sobre a medida da Prefeitura de liberar o passe livre nos ônibus da cidade, das 6h às 20h, para facilitar o voto da população no domingo, 30. Também foi anunciado um efetivo adicional de 2 mil ônibus. Tal liberação terá o custo estimado de R$ 7 milhões. Apesar de ser favorável à medida, Nunes ponderou que o transporte não é o maior motivo de abstenção e que áreas de periferia tiveram abstenção relativamente baixa, apesar de 20,9% do eleitorado da cidade não ter comparecido às urnas: “Pesquisa Datafolha mostrou que na abstenção a primeira justificativa foi por questão de doença, depois vem desinteresse e trabalho. Então, não é o transporte o grande vilão com relação à questão das abstenções. Esse movimento todo com relação à possibilidade de transporte gratuito no dia da eleição tomou não só a cidade, como o país. Eu acho que é importante que a gente possa fazer uma escuta da sociedade e colocar, dessa vez, o transporte gratuito na expectativa de que diminua a abstenção”.
“Todo mundo indo votar é bom. O que se apurou no 1º turno da eleição? Foram os bairros da periferia que tiveram menor abstenção e os bairros de classe média e alta que tiveram a maior abstenção. A tese que tentam colocar de que a questão do transporte está evitando as pessoas mais humildes da periferia votarem não se sustenta pelos dados concretos. É uma ação de incentivo à diminuição da abstenção, e a gente espera que as pessoas possam estar votando. Se a gente considerar que 1/5 da população não foi votar, temos que fazer o que a gente puder para que elas possam votar, cada um escolhendo seu candidato. Tenho certeza que, pelos dados que eu acabei de falar, não vai ser o transporte que vai influenciar o eleitor, que pode ter maior preferência para um candidato ou para outro candidato. É só um gesto importante para poder fortalecer uma mensagem importante para que as pessoas possam votar”, explicou.
Apoiador de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa pelo governo de São Paulo, Nunes também falou sobre sua opção de se manter neutro em relação à corrida presidencial: “Sempre fui muito claro com relação ao que eu penso das questões eleitorais e partidárias. Me filiei no MDB desde o dia que tirei meu título. É importante para o fortalecimento da democracia o fortalecimento dos partidos, e o meu partido decidiu, no âmbito nacional, fazer a liberação e essas discussões vieram para o âmbito estadual. Dentro do âmbito estadual, houve um consenso de encaminhamento de apoio ao Tarcísio, por unanimidade. Todos os membros do diretório do MDB no Estado apoiaram Tarcísio para governador do Estado. No âmbito federal, o MDB se manteve neutro. Como eu sou dirigente do partido municipal, buscando dar o exemplo, estou fazendo campanha maciçamente para o governador Tarcísio e respeitando a posição do partido de ter deixado seus filiados com relação ao que melhor eles entendem nacionalmente. É uma posição para eu manter a minha história de seguir a questão partidária e para não influenciar ninguém que eu lidere dentro do partido. É só uma questão de ter coerência”.
O prefeito de São Paulo também detalhou o Auxílio Amparo, programa de assistência social oficializado nesta semana. Se trata de uma medida para dar um benefício em dinheiro para órfãos de mães vítimas de feminicídio. Nunes explicou o surgimento da medida e exaltou a aprovação na Câmara dos Vereadores: “Minha esposa é muito amiga de uma promotora, Dr. Silvia, do Ministério Público, que cuida dessa área do Ministério Público, com relação ao cuidado das mulher vítimas de violência. E, dessa conversa e aproximação, a Dr. Silvia me trouxe essa preocupação de que haviam muitas crianças que ficavam órfãs de mulheres vítimas de feminicídio e que era muito importante que a gente pudesse, como Prefeitura e como governo, auxiliar essas crianças e esses jovens. Assim, a gente mandou a proposta para a Câmara Municipal e os vereadores aprovaram essa proposta. Acho importante a gente não falar nem do número, né? Porque se for um jovem que foi evidentemente colocada na sua vida a situação de ter sua mãe vítima de feminicídio, ou mil, isso é indiferente. O importante é que na Prefeitura de São Paulo a gente tem essa visão desse olhar para dar uma assistência, para não deixar esse jovem que já teve esse trauma tão grave”.
“Uma coisa importante, não é para todos, é para aqueles que estão no CadÚnico. Ou seja, para aqueles jovens e crianças de famílias que precisam do apoio do governo. Não vamos ficar dando dinheiro para pessoas que são de classe média e classe alta, que não precisam. É o olhar para aqueles que mais necessitam. Agora faço o decreto regulamentador, e aquelas crianças e jovens que são órfãos de mães vítimas de feminicídio podem fazer a solicitação para a Prefeitura de São Paulo, se enquadrando na questão de morar na cidade e estar no CadÚnico, eles farão uso do benefício, que é de um salário mínimo até os 18 anos, ou até os 24 se ele estiver dando continuidade ao seu estudo”, explicou. Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo.