Depois de aprovarem para Capital, os deputados estaduais rejeitaram, nesta quinta-feira, um requerimento ao Governo do Estado com pedido de informações sobre contratos do Governo do Estado com empresas investigadas na Operação Cascalhos de Areia.
O requerimento, apresentado pelo deputado João Henrique (PL), teve voto contrário de 14 deputados; contra quatro que votaram favorável, e uma abstenção.
Os líderes do governo, deputados Londres Machado (PP) e Pedrossian Neto (PSD), bem como líderes dos dois blocos da base, Jamilson Name (PSDB) e Márcio Fernandes (MDB), orientaram voto contrário.
Dos quatro favoráveis ao requerimento, dois são da oposição: João Henrique e Rafael Tavares (PRTB). Lídio Lopes e (Patriota) e Lucas de Lima (PDT) são da base, mas votaram contra a orientação dos líderes. Lídio, inclusive, pontuou que votou a favor do requerimento para prefeita Adriane Lopes (PP), o que não justificaria votar contra agora.
O deputado Pedrossian Neto, vice-líder do governo, alegou que todas as informações já constam no portal da transparência, mas disse que, caso o deputado tenha interesse, será recebido na Secretaria de Obras para tirar qualquer dúvida.
Na tribuna, João Henrique criticou a postura do governo , afirmando ser covarde, nefasta e nojenta, ao não conceder, automaticamente, o direito de ser informado. Ele ainda prometeu ir à justiça para ter direito à informação.
Operação Cascalhos de Areia
A operação Cascalhos de Areia é oriunda de Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que tramita na Promotoria de Justiça e apura a atuação de possível organização criminosa estabelecida para a prática de crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, relativos a contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos junto ao Município de Campo Grande, que ultrapassam 300 milhões de reais.
A operação realizada em junho teve como principal alvo a empresa ALS, do empresário André Luis Soares, conhecido como André Patrola. No total, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, incluindo documentos na Secretaria de Obras.
Uma denúncia anônima levou o Ministério Público Estadual (MPE) à Operação "CASCALHOS DE AREIA". O denunciante relatava suposto esquema de corrupção na empresa ALS Construtora, de propriedade de André Luis Soares, mas levou a investigação a outras três empresas.
Durante investigação, o MPE acabou encontrando participação de outras três empresas: Engenex Construções, de Edcarlos Jesus Silva e Paulo Henrique Silva Maciel: JR Comércio e Serviços LTDA, de Adir Paulino Fernandes; e MS Brasil Comércios e Serviços, também de Edcarlos Jesus Silva.