A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem uma meta ambiciosa para o segundo turno, que será disputado no domingo, 30. Segundo membros do QG petista ouvidos pelo site da Jovem Pan, o plano é ampliar em um milhão de votos a vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) conquistada no Nordeste, alcançar o patamar dos 70% dos votos válidos e conquistar uma gordura capaz de conter o eventual avanço do mandatário do país na região Sudeste. No primeiro turno, Lula teve 67% dos votos válidos na região, ante 26,8% de Bolsonaro, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em números absolutos, o candidato do PT recebeu 21.691.381 votos, uma diferença de mais de 12,9 milhões de votos em relação ao postulante do PL. Há pelo menos dois cenários no radar dos petistas. Na projeção mais conservadora, o número chegaria a 13,5 milhões. Os mais otimistas projetam que a diferença ficará na casa dos 14 milhões de votos.
“Tivemos maioria de 12,9 milhões de votos no primeiro turno para Lula no Nordeste. Nossa estimativa é de alcançar entre 13,5 milhões a 14 milhões neste segundo turno”, disse à reportagem Wellington Dias, ex-governador e senador eleito pelo Piauí, um dos principais estrategistas do Lula na região. Para isso, Lula conta com o capital político de aliados, casos da governadora reeleita Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, do deputado estadual Elmano de Freitas (PT), eleito para o governo do Ceará, e do ex-secretário de Fazenda Rafael Fonteles, eleito para o governo do Piauí. Além disso, os petistas miram nos votos conquistados por Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) no Nordeste. Juntos, os dois tiveram 1.895.468 votos. Coordenadores da campanha de Lula estimam herdar, no mínimo, metade deste total.
Mesmo que Lula chegue aos 70% dos votos válidos no Nordeste, este não será o melhor desempenho do partido na região. Em 2014, a então presidente Dilma Rousseff (PT), que buscava a reeleição contra Aécio Neves (PSDB), conquistou 71,69% dos votos válidos. Em 2018, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), derrotado por Bolsonaro, alcançou a marca dos 69,7% dos válidos. Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 27, mostra o ex-presidente da República com 67% dos votos válidos na região, ante 28% de Bolsonaro.