Significa que na noite desta terça-feira (7), pouco mais de 30 mil edificações -entre residências e comércios- enfrentavam o segundo dia útil da semana às escuras.
Segundo a concessionária Enel, responsável pelo fornecimento de energia, esses 30,2 mil imóveis fazem parte de um total de 107 mil que estão às escuras a ao menos 24 horas na região metropolitana -os cerca de 77 mil restantes tiveram a luz cortada por motivos variados, como roubo de fios ou outros problemas na prestação do serviço.
No total, o apagão tingiu 2,1 milhões de clientes da Enel em 24 cidades da região metropolitana.
Em todo o estado, o número de domicílios afetados em algum momento após a chuva chegou a 4,2 milhões.
Desde o fim de semana, a empresa tem dito que iria normalizar o fornecimento de energia "para quase a totalidade dos clientes até esta terça" -segundo a concessionária, 3.000 técnicos trabalham na recuperação da rede.
A falta de energia provocou uma série de protestos na capital paulista e em Cotia, na grande São Paulo. Eles chegaram a fechar uma pista da rodovia Raposo Tavares. Um policial militar foi ferido com um tiro.
O cenário culminou em uma reunião, marcada para esta segunda-feira, entre o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, representantes das distribuidoras de energia e do Executivo paulistano para "discutir ações futuras e medidas preventivas para deixar a rede de distribuição menos vulnerável aos eventos climáticos".
Após a reunião, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou a atuação da Enel na gestão da crise, destacando que prestadores de serviços em outras regiões do estado já tinham restabelecido até 100% da energia aos seus clientes no sábado (4), enquanto a distribuidora que atua na capital ainda não tinha religado a luz para cerca de 300 mil domicílios até a noite de segunda.
O Procon-SP está notificando as empresas distribuidoras de energia elétrica das cidades de São Paulo, região metropolitana e da Baixada Santista para que expliquem de forma detalhada os problemas e as providências tomadas com relação ao apagão.
Mortes no estado pelas chuvas chegam a 8
O temporal que alçou ao caos a maior cidade do país teve ventos que chegaram a 100 km/h. Agentes da administração ainda trabalham para reparar os danos.
Nesta terça, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil confirmaram a oitava morte em decorrência das chuvas no estado: uma pessoa que foi atingida por uma árvore na sexta-feira em Ibiúna (a 69 km de São Paulo), estava internada e não resistiu.
A Secretaria de Estado da Educação afirma que 25 escolas estaduais estavam sem fornecimento de energia nesta terça. Eram 14 unidades na capital e 11 no interior do estado. Em 14 escolas as aulas ocorrem de forma remota.
Em nota nesta terça, a Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo) afirmou que o apagão provocou um prejuízo de R$ 500 milhões a bares, hotéis e restaurantes paulistas.
"Estimamos de três a quatro meses para o setor se recuperar dos prejuízos causados pela falta de energia elétrica ao longo dos últimos dias, não só pelos estoques de produtos perecíveis perdidos, mas, também, pelo lucro cessante, ou seja, valores que as empresas deixaram de lucrar nesse período", afirmou Edson Pinto. diretor-executivo da entidade.
A federação afirmou que os prejuízos tomaram maior proporção porque, em razão do feriado prolongado de Finados (2), hotéis, bares e restaurantes esperavam incremento no movimento e, sendo assim, estavam com estoques reforçados.
Na segunda, a ACSP (Associação Comercial de São Paulo) já havia estimado prejuízo do comércio na Grande São Paulo em R$ 126 milhões devido à falta de energia desde a última sexta.
A estimativa do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP é baseada no volume movimentado diariamente na cidade de São Paulo e na região metropolitana.