Segundo o DCE (Diretório Central de Estudantes), o caso aconteceu na primeira semana de novembro durante o almoço, no refeitório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. O caso será investigado pela Faculdade de Medicina.
Um dia antes, cerimônia realizada na universidade havia ressaltado a luta contra a transfobia e destacado o direito ao uso dos banheiros de acordo com a identidade de gênero.
O professor então teria criticado as políticas de inclusão na USP e agredido verbalmente as duas estudantes, que estão no último ano do curso.
De acordo com Louíse, o professor a abordou e disse que considera absurdo o uso dos banheiros de acordo com a identidade de gênero. Depois, teria dito que as alunas trans sairiam mortas do sanitário feminino caso dividissem o espaço com a filha dele.
Stella juntou-se a Louíse para defendê-la e disse que o professor acredita na impunidade. Elas registraram um boletim de ocorrência e dizem ter contado com duas testemunhas que presenciaram as agressões.
"É um absurdo que ainda haja na Universidade de São Paulo tamanha violência e que tais agressores saiam impunes, enquanto as vítimas dessa situação violenta sejam negligenciadas e mal recebem o apoio da faculdade", diz o DCE, em nota.
Em entrevista por telefone ao Jornal da EPTV, afiliada da TV Globo, o professor Jyrson Guilherme Klamt afirmou que não teve intenção de constranger as alunas e que nunca teve atitude transfóbica. Ele disse que apenas perguntou a uma das alunas como ela gostaria de ser tratada e a reação foi violenta.
Agressões contra a população LGBTQIA+ são penalizadas como crimes raciais desde junho de 2019, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) entendeu ter havido omissão do Congresso Nacional ao não editar lei que criminalize atos do tipo.