Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) apontam que o fogo já consumiu 679 mil hectares do bioma neste ano. As cinzas encobriram parte da Serra do Amolar. Nuvem de cinzas das fumaças no Pantanal encobre Serra do Amolar
Imagens de câmeras de monitoramento mostram o momento em que densa nuvem de cinzas das queimadas do Pantanal encobre a Serra do Amolar, a cerca de 150 km de Corumbá (MS). O registro foi feito nesta sexta-feira (10). Assista acima ao vídeo capturado por especialistas do Instituto Homem Pantaneiro (IHP).
As áreas ao redor da Serra do Amolar, considerado santuário da biodiversidade no bioma, estão cobertas por cinzas e poeira das queimadas. Segundo especialistas, as nuvens de fumaça ocorrem em períodos sem chuva.
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Para que a nuvem de cinza e poeira ocorra é preciso a junção de rajadas de vento fortes e muita matéria orgânica no solo seco, exatamente o fenômeno registrado na Serra do Amolar. Com a força, o vento elevou as cinzas que encobriram o lugar que é um dos santuários da biodiversidade pantaneira.
Imagem mostra chegada de nuvem de cinzas das queimadas.
IHP/Reprodução
Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) apontam que 679 mil hectares do bioma já foram consumidos pelo fogo neste ano. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, 1.385 focos de calor estão ativos na região do bioma no estado nesta sexta.
Bombeiros e brigadistas de Organizações Não Governamentais (ONG's) estão no Pantanal para combate às chamas, que são intensas. Os pontos de foco são o Parque Estadual Encontro das Águas e Parque Nacional.
Fumaça próximo a Serra do Amolar, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
IHP/Reprodução
"O fogo passou e consumiu tudo. Temos pessoas do grupo de resgate de animais, que encontraram várias carcaças. Só na região do Parque Estadual Encontro das Águas, 30% de todo o local já foi consumido pelo fogo. O cenário para os próximos dias é algo bem semelhante ao que vimos em 2020".
Fogo em 2023
Queimadas em 2020 no Pantanal.
GOVMS/Reprodução
Com a seca extrema que a atinge a maioria dos estados da região Norte do Brasil e o aumento de focos de incêndio na Amazônia, especialistas ouvidos pelo g1 alertam para o risco de uma temporada de queimada e seca mais severa para o Pantanal.
O aumento de eventos climáticos extremos junto com a presença de El Niño são o combo de alerta para uma período de seca mais extremo e aumento das queimadas no Pantanal, segundo especialistas no bioma e em meteorologia.
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: