O deputado estadual Lídio Lopes (Patriota) está decidido a trocar de partido se não assumir a presidência do Partido Renovação Democrática (PRD), fruto da fusão entre o Patriota e o PTB, autorizada pela justiça eleitoral na semana passada.
O Patriota é comandado por Lídio no Estado e o PTB, pelo ex-senador Delcídio do Amaral. Com a fusão, um dos dois será escolhido presidente da nova sigla, mas Lídio está disposto a sair se não assumir essa missão.
"Se não ficar com a presidência, não fico no partido. Não vou ter autonomia para construir candidaturas. Em 2016, elegemos quatro prefeitos. Em 2020, cinco prefeitos e três vices. Eu tinha autonomia para construir candidaturas no interior, onde há candidatos que não fazem parte dos grandes grupos. Então, havia essa garantia de legenda, com independência, para serem candidatos. Sem essa autonomia, não continuo", justificou.
A esposa de Lídio, prefeita Adriane Lopes, está filiada ao PP, mas isso não significa que o partido será o destino político do grupo do deputado, que conta ainda com dois vereadores na Capital. Segundo Lídio, há diálogo com quatro siglas, onde trabalha justamente esta autonomia para campanha.
PTB e Patriota se uniram para não ficarem sem fundo partidário, já que não elegeram número de deputados federais suficientes. A nova sigla tem como principal meta eleger deputados federais na próxima eleição. Tanto PTB, quanto Patriota, não elegeram deputado federal na última eleição em Mato Grosso do Sul. Apenas o Patriota conseguiu eleger deputado estadual, com Lídio Lopes reeleito. Delcídio foi candidato a deputado federal e obteve apenas 18.862 votos.
Na Capital, a fusão garantirá ao PRD a segunda maior bancada da Câmara, com Paulo Lands (Patriota), Edu Miranda (Patriota) e William Maksoud (PTB). O trio poderá mudar de partido com a fusão. Willian e Edu já decidiram que trocarão de partido. Willian estuda mudança para o PSDB e Edu, para o MDB.