Em entrevista à Jovem Pan News, o filho mais velho de um dos fundadores do Hamas, Mosab Hassan Youssef, disse que o objetivo principal do grupo é dominar o mundo. Mosab esteve no Brasil onde realizou uma palestra no Clube Hebraica de São Paulo, entidade judaica na capital paulista. Segundo ele, a ambição do grupo não está limitada apenas a um território e comparou sua mentalidade com os nazistas. A entrevista foi exibida durante o programa Direto ao Ponto nesta segunda-feira, 27. “A ideologia do Hamas é dominar o mundo. O Hamas não está apenas em Gaza e ambição deles não é limitada apenas a um território. O objetivo do Hamas, de aniquilar o Estado de Israel, não é o único para dominar o mundo. É muito parecido com os nazistas. A mesma mentalidade de que existe apenas uma nação, uma ideologia”, disse Youssef. As autoridades israelenses afirmam que 1.200 pessoas morreram no ataque dos combatentes do Hamas e que quase 240 foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza. Entre os mortos estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança israelenses. No território palestino, alvo de bombardeios incessantes e de uma ofensiva terrestre desde 27 de outubro, a ofensiva israelense deixou 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. O confronto começou no dia 7 de outubro, após um ataque do Hamas em território israelense.
Youssef alertou que o Hamas está unificando várias forças que representam o ódio em todo o planeta, ao ser questionado sobre as manifestações em apoio à Palestina. Segundo ele, as pessoas estão projetando ódio sem saber e que eles não se importam qual é a real causa. “Na verdade não é só no Brasil. Hoje em dia, nos Estados Unidos, em universidades, na Europa, nós temos centenas de pessoas se rebelando. Quando olhamos para essa situação, percebemos que o Hamas está unificando várias forças que representam o ódio, seja no Brasil ou em outro lugar. O ódio humano está em todas as partes. Muitas pessoas parecem estar projetando seu ódio no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa, no Oriente Médio, sem saber disso. Eles não se importam qual é causa de verdade. A causa de verdade é o ódio. É projetar o ódio onde quer que esteja. As pessoas do Brasil precisam ter muito cuidado com isso. Não é apenas projetar ódio com Israel, mas é algo que vai impactar a sociedade brasileira também”, alertou. Ele classificou o Hama como “selvagem”. “O terrorismo é um ódio político, mas quando você fala de racismo, genocídio e morte de crianças e mulheres grávidas, não estamos falando de terrorismo político. E sim de incorporar o mal em seu estado mais puro”, finalizou.
Mossab é filho do xeque Hassan Yousef, um dos sete fundadores do grupo terrorista. Ele era o braço direito do pai e, na teoria, o substituiria no futuro. Mosab chegou passou 16 meses em Israel. O período mudou sua visão e ele rompeu com a ideologia considerada radical e criminosa. Hoje, ele é considerado uma das pessoas mais preparadas para falar sobre a guerra e a possibilidade de paz entre os dois países. De 1997 a 2007, ele atuou como informante do serviço secreto de Israel, ação que teria levado à detenção de diversos palestinos que foram considerados responsáveis pela organização de atentado suicídios em 2010. Após ter assumido que ele se converteu para o cristianismo, ele pediu nos Estados Unidos, onde vive atualmente. Mosab afirma que nunca se arrependeu dessas ações e que elas fizeram com centenas de pessoas fossem salvas.