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RĂ©u por peculato, tenente-coronel da PM passa por audiĂȘncia em fevereiro

Segundo a denĂșncia, o tenente-coronel JosĂ© Roberto Nobres de Souza utilizou viatura para fins particulares

Por Midia NAS em 11/01/2024 às 22:44:10

Foi marcada para o dia 22 de fevereiro a audiĂȘncia de instrução do tenente-coronel Jose Roberto Nobres de Souza, rĂ©u por peculato e falsidade ideológica, depois de utilizar uma viatura descaracterizada para fins particulares. A audiĂȘncia deverĂĄ acontecer por videoconferĂȘncia.

Em setembro do ano passado, a reportagem do Jornal Midiamax apurou que essa mesma viatura teria sido utilizada por policiais durante o ataque ao  Sandro de Almeida, ocorrido no dia 2 de junho de 2023.

Segundo a denĂșncia, o tenente-coronel desviou bem móvel, pĂșblico que tinha posse em razão da sua função de Comandante do 8Âș Batalhão de  Militar entre setembro de 2020 a setembro de 2021 em Nova Andradina. Ele teria feito o uso de viatura policial para uso em atividades particulares, conforme acusação que chegou a ser levada para a corregedoria.

Conforme o MinistĂ©rio PĂșblico, JosĂ© Roberto recebeu uma viatura descaracterizada modelo Triton e desde então passou a utilizĂĄ-la para fins pessoais, e realizava o abastecimento da mesma com o cartão da rede Taurus ou determinada que um subordinado realizasse o abastecimento, ou seja, desviava o combustĂ­vel fornecido pelo Estado para a viatura em serviço e utilizava para fins particulares em proveito próprio.

Quando foi instaurado o inquĂ©rito em setembro de 2021, o rĂ©u deixou de utilizar a viatura. 

Consta ainda que, quando usava a viatura, foram registradas diversas multas por excesso de velocidade nas rodovias do Estado. Ainda, para conseguir o cancelamento das multas junto à PRF (PolĂ­cia RodoviĂĄria Federal) subscreveu um ofĂ­cio ao superintendente da PRF solicitando o cancelamento de 9 autuações, sob a justificativa de que a viatura estava empenhada na Operação Hórus, que combate crimes transfronteiriços "contribuindo assim com grandes apreensões em nossa região".

As informações lançadas no ofĂ­cio são falsas, pois a viatura em questão não foi utilizada na operação em nenhuma ocasião.

Quatro dias depois fez outra solicitação de cancelamento de outras 7 autuações sob a mesma justificativa falsa.

Ele foi denunciado por peculato-desvio e continuidade delitiva, por duas vezes.

No dia 28 de dezembro comando da PolĂ­cia Militar de Mato Grosso do Sul publicou a transferĂȘncia de 49 oficiais que irão desempenhar novas funções na corporação. Entre os oficiais transferidos estĂĄ o tenente-coronel. Ele atuava na Ajudância-Geral no Comando Geral em , passou a atuar na Diretoria de Gestão, Patrimônio e LogĂ­stica, tambĂ©m em Campo Grande.

Outros processos

O tenente-coronel tambĂ©m Ă© investigado por denĂșncia de assĂ©dio sexual contra uma colega de farda em Nova Andradina. Informações apuradas pela reportagem do Midiamax relatam que o crime teria ocorrido dentro do gabinete do tenente-coronel, no inĂ­cio de dezembro de 2022, durante uma confraternização entre os militares.

Apesar da denĂșncia ter sido arquivada pela PolĂ­cia Militar de Mato Grosso do Sul, com base em anĂĄlises da Corregedoria da PM, o  discordou da decisão e determinou a abertura de procedimento investigativo.

"Em relação à denĂșncia de assĂ©dio, isso jĂĄ foi alvo de apuração militar e jĂĄ foi esclarecido deveras vezes. Infelizmente existem pessoas com ideais e vontades não muito republicanas e com interesse em disseminar informações falsas", justificou o oficial da PM, ressaltando que as investigações, uma vez que a PolĂ­cia Militar "jĂĄ tinha apurado isso hĂĄ seis meses atrĂĄs", explicou o tenente-coronel ao Jornal Midiamax.

Segundo ele, a denĂșncia foi refeita. "Nesse inquĂ©rito todos que supostamente estavam envolvidos jĂĄ foram ouvidos. Inclusive a maioria nem sabia dos fatos. E aqueles que sabiam negaram. Inclusive a suposta vĂ­tima disse que jamais isso aconteceu. Foi simplesmente uma denĂșncia vazia, com o viĂ©s de perturbar e de causar instabilidade no comando", explicou o tenente-coronel.

Entenda o ataque ao jornalista

O jornalista Sandro de Almeida AraĂșjo, de 46 anos, de Nova Andradina, denunciou os quatro policiais por perseguição e agressão na manhã do dia 2 de junho de 2023, em Nova Andradina. Segundo ele, o quarteto teria dito que ele seria o responsĂĄvel por espalhar faixas na cidade "comemorando" a saĂ­da de um comandante.

Sandro disse que estava dirigindo para retornar para sua casa, quando dois veĂ­culos descaracterizados, um Renault Sandero e uma caminhonete L-200, com dois homens em cada um, teriam começado a persegui-lo.

Segundo ele, em nenhum momento os ocupantes dos carros se identificaram como policiais militares ou tinham qualquer identificação visual, alĂ©m de não estarem fardados. O jornalista afirmou que, só depois, tomou conhecimento de que seriam policiais militares lotados na cidade de Nova Andradina. À polĂ­cia na delegacia, ele disse ter sofrido abuso de autoridade, jĂĄ que não havia mandado de prisão contra ele.

O jornalista fala que foi agarrado, agredido e impedido pelos quatro supostos policiais a entrar em sua casa. Ele afirmou que, temendo por sua vida, seguia atĂ© a frente de sua residĂȘncia, onde possui câmeras de segurança. No vĂ­deo Ă© possĂ­vel ver o momento em que os homens vistoriam o carro da vĂ­tima. Ele disse ter sido jogado no chão e imobilizado com um golpe de mata leão.

Sandro ainda afirmou que acredita que houve crime de tortura contra ele para que dissesse que era o responsĂĄvel pelas faixas e fogos. O caso foi registrado como "constranger o preso mediante violĂȘncia a produzir prova contra si mesmo" e "submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei".

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