Segundo a Polícia Civil, a menina, de 11 anos, também pode ter sido estuprada pelo suspeito. Os exames foram feitos no hospital e o resultado ainda não foi divulgado. A criança, de 11 anos, que teve 80% do corpo queimado precisou amputar parte do braço e da perna direita, além dos dedos da mão esquerda. A vítima continua internada na Santa Casa de Campo Grande após o ex-namorado da mãe incendiar a casa onde estava ela e a irmã, de 3 anos, em Sidrolândia.
O crime aconteceu no dia 8 de dezembro e o atual estado de saúde das vítimas foi repassado em coletiva de imprensa pela delegada Bárbara Fachetti Ribeiro, nesta quinta-feira (25), na Delegacia-Geral de Polícia Civil, em Campo Grande.
O suspeito, Lucas Cáceres Kempener, foi morto nessa quarta-feira (24) ao reagir a prisão.
Delegada Barbara à esquerda, delegado Wellington De Oliveira ao centro e delegado Mário Donizete na direita.
Geisy Garnes
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Conforme a polícia, as duas meninas chegaram na capital em coma, com traumatismo craniano, cortes pelo corpo e queimaduras de 3° e 4° grau. Depois de dias internada, a menina de 3 anos recebeu alta, mas ainda se recupera das lesões ao lado da família.
Além de terem sido violentamente espancadas, a polícia suspeita que a mais velha pode ter sido abusada sexualmente. Ela passou por exames no hospital e o resultado ainda não foi divulgado.
Relacionamento
Durante a coletiva, a delegada responsável pelo caso informou que, por três meses, o casal viveu um relacionamento abusivo, marcado por idas e vindas e muito controle por parte do suspeito.
Bárbara Fachetti informou que tanto a mulher quanto as amigas contaram que Lucas monitorava as redes sociais da mãe das crianças e que ela não saía de casa sem a supervisão dele. Ao longo do relacionamento, o homem chegou a hackear as redes sociais dela, mudar todas as senhas e ainda colocar o e-mail dele como endereço de verificação.
"Testemunhas contaram que ele ficava em um bar na esquina da casa para cuidar quem chegava e saía da casa dela. Em determinada data, ela estava tomando tereré com um colega, ele passou de carro, viu os dois, passou de novo e jogou o carro em cima deles", informou a delegada.
A mãe das crianças informou a polícia que, por três vezes, Lucas pulou o muro e invadiu a casa da ex-namorada.
"Uma das vezes acordou ela para perguntar quem era a pessoa que ela estava conversando na rede social. Na outra, aproveitou que não tinha ninguém em casa e matou o cachorro da família pisando nele, depois deixou o corpo embaixo de um pé de goiaba que tem do lado da casa", comentou Bárbara.
Lucas também fazia ameaças constantes à companheira; tanto pelo celular, onde enviava áudios para avisar que ela poderia "esperar pelo pior", quanto pessoalmente.
O fim do relacionamento de forma definitiva aconteceu no dia em que a mãe das meninas resolveu olhar o celular de Lucas na busca de conversas com outras mulheres; em vez disso encontrou vídeo de pornografia infantil.
Solto após audiência de custódia
Depois do crime, testemunhas contaram que Lucas foi visto no local e ele chegou a ser preso, mas foi solto em audiência de custódia por "falta de provas". Ele foi ouvido na delegacia e negou o crime
As investigações continuaram. Com todos os depoimentos contra ele, com as mensagens cheias de ameaças e a prova das roupas que usava no dia do crime, a polícia pediu à Justiça a prisão preventiva, um mandado de busca e apreensão e a quebra do sigilo telefônico de Lucas, tudo para comprovar o armazenamento de imagens de pornografia infantil.
Lucas já tinha passagem por porte ilegal de arma e uma equipe da Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) foi para Sidrolândia auxiliar na ação que prenderia o suspeito.
No local, o suspeito foi encontrado armado e os policiais revidaram. Ferido, chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu. Ainda assim, o celular e outros aparelhos dele foram apreendidos.
Os objetos foram encaminhados para perícia e a Polícia Civil aguarda os laudos.
Suspeito de incendiar residência onde estavam as duas irmãs.
Jardim MS News
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