Em 2023, o número de cheques devolvidos foi de 18 milhões, que representou 10,67% no total de cheques compensados no país, e queda de 7,9% na comparação com 2022, quando foram devolvidos 19,5 milhões de documentos. Em 1996, início da série histórica desta categoria, foram contabilizados 63,5 milhões de cheques devolvidos.
Em relação aos cheques devolvidos sem fundos, o total caiu de 15 milhões, em 2022, para 13,6 milhões no ano passado, uma redução de 9%. Em 1997 (início desta série histórica específica), o número registrado de cheques devolvidos sem fundo foi de 56,8 milhões.
O avanço dos meios de pagamento digitais, como internet e mobile banking, e a criação do Pix em 2020 são os principais fatores que explicam a significativa redução observada em quase 30 anos de uso do cheque.
"A pandemia estimulou o uso dos canais digitais dos bancos e, hoje, quase 8 em cada 10 transações bancárias realizadas no Brasil são feitas em canais digitais, como o mobile banking e internet banking (77%). Soma-se a isso a preferência dos brasileiros pelo Pix, que vem se consolidando como o principal meio de pagamento utilizado no país", afirma Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.
Apesar da redução no volume de transações, o tíquete médio do cheque aumentou no último ano: passou de R$ 3.257,88 em 2022 para R$ 3.617,60 em 2023, mostrando que o cheque continua sendo a escolha dos brasileiros para as transações de maior valor, tendo em vista o limite de valores transacionados via PIX.
"Acreditamos que a tendência de queda do uso do cheque se mantenha ano após ano, embora ele continue em uso no país, conforme a conveniência do usuário, e em transações de valores mais altos", acrescenta o diretor.