Defesa de Bolsonaro critica operação da PF, diz que houve abuso de poder e fala em "apreensão indiscriminada de bens"

A defesa da família Bolsonaro se pronunciou na noite desta segunda-feira, 29, sobre a operação de busca e apreensão realizada contra o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), alvo da Polícia Federal na investigação das ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Defesa de Bolsonaro critica operação da PF, diz que houve abuso de poder e fala em

A defesa da família Bolsonaro se pronunciou na noite desta segunda-feira, 29, sobre a operação de busca e apreensão realizada contra o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), alvo da Polícia Federal na investigação das ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em nota, eles criticaram a atuação da PF e confirmaram a apreensão de itens pessoais do filho número dois do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), porém destacaram que houve abuso de poder. “A defesa entende que houve um excesso no cumprimento da busca e apreensão, ao passo que foram apreendidos objetos pessoais de cidadãos diversos do vereador Carlos Bolsonaro, apenas pelo fato de estarem no endereço em que a busca foi realizada”, disse. Segundo a defesa, os objetos levados “não guardam nenhuma relação com a investigação informada pelos agentes policiais, tais como um computador pessoal e um tablet do assessor do ex-Presidente, mesmo tendo sido demonstrado no local que tais objetos eram do profissional que não está sendo investigado”.

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp

No comunicado emitido, a defesa crítica a forma de atuação dos policiais federais, alegando que uma ordem de busca e apreensão genérica, não autoriza revistas e apreensões em face de qualquer cidadão que esteja próximo ao alvo do mandado. “A medida empreendida hoje, em uma residência familiar, com a apreensão indiscriminadas de bens pessoais de terceiros, sem ordem judicial específica, configura inegável abuso e uso excessivo do poder estatal, postura que deve cessar imediatamente, sob pena de configurar verdadeiro atentado à democracia”, diz o texto, que classifica a operação desta segunda como “mais uma desastrosa e indevida fishing expedition, ou pescaria probatória, subvertendo a lógica das garantias constitucionais, vasculhando-se a intimidade e a vida privada de cidadãos probos, vilipendiando seus direitos fundamentais e extrapolando os limites legais”.

Como mostrou a Jovem Pan, Carlos Bolsonaro irá depor na terça-feira, 30, à PF. As operações realizadas nesta segunda-feira são continuidade à Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na última quinta-feira, 25, que teve como um dos alvos o ex-diretor da Abin e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ). De acordo com a PF, o objetivo das diligências é "investigar organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas", por meio do uso de ferramentas geolocalização de dispositivos móveis. Além do Rio de Janeiro, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Brasília, Formosa e em Salvador. Nesta nova etapa, a PF busca avançar no núcleo político, identificando os principais beneficiários das informações produzidas ilegalmente pela Abin.