O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) emitiram na tarde desta segunda-feira, 7, uma nota de repúdio conjunta devido às agressões sofridas por jornalistas de vários órgãos de comunicação durante cobertura dos atos antidemocráticos que estão sendo realizados desde que o atual presidente da República se tornou o primeiro presidente a não se reeleger desde que o instituto da reeleição foi implantado no Brasil.
Antes de Bolsonaro, Fernando Henrique Cardoso, eleito em 1994, se reelegeu em 1998. Da mesma forma, Luiz Inácio Lula da Silva se elegeu em 1998 e se reelegeu em 2002, sendo substituído por Dilma Rousseff (também do PT) eleita em 2006 e se reelegendo em 2010, sem, porém, conseguir concluir o mandato que foi abruptamente interrompido pelo golpe político ao qual deram o nome de impeachment.
Confira a íntegra da nota de repúdio da Fenaj e Sindjor-MS:
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm a público repudiar veementemente a hostilização e violência contra os profissionais da imprensa local por parte de integrantes dos movimentos golpistas que, reunidos em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande (MS), questionam o resultado das eleições presidenciais de 2022.
O Sindjor-MS recebeu, nesta segunda-feira (7), diversos vídeos que mostram repórteres, cinegrafistas e auxiliares recebidos aos gritos, com palavras de baixo calão, ao tentarem fazer a cobertura deste atos. Os registros em vídeo que, até o momento, foram apresentados ao Sindjor-MS, apresentam equipes do SBT MS, TV Guanandi (Band) e dos sites Campo Grande News e TopMídia News sendo hostilizados pelos manifestantes.
Uma das equipes relatou ao Sindicato que somente conseguiu se aproximar do local mediante “escolta” de manifestantes que chancelaram o trabalho dos jornalistas. Já outra equipe sequer conseguiu adentrar ao local, diante do risco à integridade dos profissionais.
Ou seja, o que ocorre é não somente uma tentativa de impedir a imprensa de trabalhar, mas, principalmente, de informar aos cidadãos sobre o que ocorre nestes movimentos.
O acesso à informação é um dos pilares do estado democrático de direito que vem sendo constantemente ferido durante estes atos antidemocráticos organizados por um grupo que questiona a vontade da maioria brasileira externada nas unas no dia 30 de outubro.
Ante o ocorrido, nos solidarizamos com os profissionais de imprensa hostilizados e ressaltamos que estamos à disposição para atendê-los, bem como a toda a categoria, com o objetivo de garantir que os profissionais de imprensa possam trabalhar, levar informação à sociedade e exercer o direito de ir e vir.
Informamos, ainda, que a Assessoria Jurídica do Sindicato está tomando as providências legais contra este tipo de cerceamento, de forma a garantir a integridade dos jornalistas.
JORNALISTAS HOSTILIZADOS – São sete os profissionais hostilizados durante a cobertura jornalística do ato antidemocrático em Campo Grande (MS):
– Eliane Ferreira de Souza e Clayton Bernardi, repórter e cinegrafista do SBT, respectivamente;
– Marcos Rodrigues Tenório Cavalcante e Alex Machado, repórter e fotógrafo do jornal on-line Campo Grande News.
– Airton Cavalheiro Leite, auxiliar de cinegrafista SBT e;
– Antônio Bispo e Marco Codignola repórter e fotógrafo do jornal on-line Top Mídia News.
Campo Grande – MS, 7 de novembro de 2022.
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MS (Sindjor/MS)