O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ficar em silĂȘncio durante depoimento à PolĂcia Federal nesta quinta-feira, 22. O interrogatório acontece no âmbito da operação Tempus Veritatis, que apura a tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado DemocrĂĄtico de Direito por parte de Bolsonaro e aliados. Desde a intimação, a defesa do ex-presidente entregou trĂȘs recursos solicitando a liberação para não comparecer ao depoimento, sob a justificativa de não ter tido acesso a parte do material apreendido e, portanto, farĂĄ uso do silĂȘncio. A agenda serĂĄ cumprida presencialmente na sede da PolĂcia Federal, em BrasĂlia, a partir das 14h30. São esperados tambĂ©m o depoimento de militares, ex-ministros e ex-assessores do ex-chefe do Executivo.
As petições, realizadas nos dias 19, 20 e 21 de fevereiro, foram todas negadas pelo relator do inquĂ©rito, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que afirmou que o investigado teve acesso integral aos elementos de prova jĂĄ documentados nos autos, com exceção das diligĂȘncias em andamento e que Bolsonaro tem o direito de decidir se deseja ou não falar na oportunidade. "Dessa maneira, serĂĄ o investigado quem escolherĂĄ o 'direito de falar no momento adequado' ou o 'direito ao silĂȘncio parcial ou total'; mas não Ă© o investigado que decidirĂĄ prĂ©via e genericamente pela possibilidade ou não da realização de atos procedimentais ou processuais durante a investigação criminal ou a instrução processual penal", disse Moraes, em decisão.