O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atribuiu ao JuĂzo da 1ÂȘ Vara Federal de TrĂȘs Rios (RJ) a responsabilidade de investigar o ex-deputado federal Roberto Jefferson por tentativas de homicĂdios qualificados contra policiais federais. A decisão publicada nesta quarta-feira, 9, delimita que o papel da Justiça Federal deverĂĄ se ater a crimes previstos no Código Penal, além da avaliação periódica da prisão do ex-parlamentar. A Vara havia encaminhado um documento ao STF questionando se a manutenção da prisão preventiva a cada 90 dias caberia à Corte Suprema ou ao JuĂzo de primeira instância. "As condutas investigadas foram perpetradas em face de funcionĂĄrios pĂșblicos da PolĂcia Federal que cumpriam mandado de
prisão expedido judicialmente, de modo que a competĂȘncia é da Justiça Federal, conforme entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça. AliĂĄs, a investigação relativa aos crimes de homicĂdio jĂĄ tramitam no JuĂzo da 1ÂȘ Vara Federal de TrĂȘs Rios/RJ", ressaltou Moraes na decisão. Portanto, as ações de Jefferson contra os policiais deverĂĄ ser investigada pela Vara em questão. O Artigo 121 da Lei nÂș 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 determina como homicĂdio qualificado, quando a ação é cometida por motivo futil, com uso de fogo ou explosivo e para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime, entre outros critérios. A pena é reclusão de doze a trinta anos. Pivô do escândalo do Mensalão, Jefferson é investigado no inquérito das milĂcias digitais, que apura a existĂȘncia de uma organização criminosa que teria agido para atentar contra o Estado DemocrĂĄtico de Direito. Ele cumpria prisão domiciliar até publicar um vĂdeo nas redes sociais criticando a ministra CĂĄrmen LĂșcia, ação que vai contra as determinações da prisão. Por conta disso, a PolĂcia Federal se encaminhou para sua residĂȘncia cumprir mandado de prisão. Os agentes foram atingidos por estilhaços de uma granada arremessada por ele contra a corporação. Jefferson foi preso em 23 de outubro, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro. Em 27 de outubro, Moraes determinou a prisão do ex-deputado por tempo indeterminado por quatro tentativas de homicĂdios qualificados pelos ataques aos policiais. Jefferson recorreu à decisão mas teve o pedido negado. Ele cumpre a prisão no Complexo Prisional de Bangu 8.