A operação estĂĄ concentrada nos estados de GoiĂĄs e da Bahia.
De acordo com a Receita Federal, a fraude foi descoberta em 2019. O esquema consistia na abertura de empresas de fachada, para emissão de notas fiscais eletrônicas frias de venda falsa de insumos agrĂcolas.Segundo a Receita, o que chamou a atenção dos auditores foram os altos valores das notas fiscais e o fato de a compra desses insumos de outro estado implicar em frete caro e complexo, o que não compensaria financeiramente ao produtor rural.
O nome da operação, Dagon, faz referĂȘncia a uma divindade da agricultura dos filisteus, povo que ocupou a costa sudoeste de Canaã. O deus Dagon apresenta duas faces. Uma delas, adorada em um momento da história, e a outra, retratada como demônio.
As duas primeiras fases da operação foram realizadas no Rio Grande do Sul. A terceira fase expandiu as ações para o restante do paĂs.
A estimativa Ă© de tenham sido movimentados R$ 2,2 bilhões em notas fiscais eletrônicas frias no perĂodo de junho de 2019 a dezembro de 2022. Os auditores da Receita calculam que mais de R$ 550 milhões de Imposto de Renda Pessoa FĂsica deixaram de ser recolhidos aos cofres pĂșblicos devido ao esquema fraudulento.
Destes R$ 550 milhões, R$ 375,4 milhões jĂĄ foram lançados em crĂ©dito tributĂĄrio, incluindo imposto, multa e juros para serem quitados. E mais: novos procedimentos fiscais devem ser abertos aos contribuintes que se beneficiaram das notas fiscais eletrônicas frias.
Os produtores rurais investigados responderão tambĂ©m por crimes fiscais e fraude. Entre as penalidades pelo emprego de notas fiscais frias, estĂĄ uma multa majorada em 150% e a representação fiscal ao MinistĂ©rio PĂșblico para fins penais.
Os contribuintes que estão sob procedimento de fiscalização e desejam regularizar os dĂ©bitos fiscais podem aderir ao Programa de Autorregularização Incentivada, que oferece condições especiais aos devedores da Receita. Em alguns casos, pode haver descontos de atĂ© 100% dos juros de mora.