A aposta no trabalho de Fábio Carille, a reformulação feita em meio a uma grave crise financeira, e o apoio incondicional da torcida, formaram uma equação que levou o clube à condição de semifinalista. Depois de três edições seguidas sem sequer passar da fase de classificação, o Santos pode voltar a decidir o torneio após oito anos. A última vez que esteve em uma final foi em 2016, quando deu a volta olímpica em cima do Audax.
Confiante, mas ao mesmo tempo cauteloso, Fábio Carille vem conseguindo, com pouco mais de três meses, dar uma identidade a um grupo que chegou com a responsabilidade de devolver ao clube, o gosto pela conquista de títulos.
"Tenho um grupo de jogadores inteligentes e também de muita qualidade. Eles se esforçam para assimilar a filosofia de trabalho e os resultados vieram antes mesmo do que esperávamos", afirmou o treinador que obteve a classificação à fase eliminatória com rodadas de antecipação.
Em meio às oscilações que marcaram a campanha na reta final da primeira fase, o Santos driblou a desconfiança da torcida mesclando juventude e experiência. Dono da segunda melhor campanha na etapa de grupos, o treinador sabe, no entanto, que muita coisa precisa ser feita.
"Em alguns jogos pecamos por tomadas de decisões erradas e alguma ansiedade. Mas não posso achar que está tudo errado. Em um momento como esse, temos que ter sabedoria para buscar os nossos objetivos", comentou o treinador.
E a rodagem de alguns jogadores, somada à liderança de peças fundamentais sustentam o trabalho do treinador. No gol, João Paulo tem a missão de comandar a defesa. Após passagem pelo futebol asiático, Diego Pituca dita o ritmo no meio-campo. Já a criatividade fica a cargo de Giuliano.
Nos treinos da semana, o comandante trabalhou tanto o aspecto psicológico como também o técnico e tático. Além de ajustes, detalhes importantes foram acertados como a bola parada e as jogadas ensaiadas.
No campo, as lições da derrota de 1 a 0 para o Bragantino na fase de classificação servem para deixar o time em estado de alerta. "Sabemos da importância da partida e vamos enfrentar uma equipe qualificada. Estamos nos preparando muito", disse o comandante.
Das arquibancadas, a força que lotou o MorumBis no jogo com o São Bernardo (mais de 50 mil torcedores fora ao jogo) volta a se fazer presente nesta quarta. Com mais de 40 mil ingressos vendidos, o Santos vai fazer, da casa corintiana, um verdadeiro caldeirão.
Do outro lado, o técnico Pedro Caixinha trabalha para fortalecer o Bragantino em meio ao clima favorável ao Santos no que diz respeito ao mando de campo. Ele deve armar a equipe no esquema 4-3-3. Com Lucas Evangelista machucado, o treinador português aposta na velocidade de Helinho e Vitinho e no oportunismo de Eduardo Sasha.
Luan Cândido ganhou o direito de atuar graças a um efeito suspensivo. O lateral-esquerdo vai formar a zaga ao lado de Lucas Cunha. Sem reunir as condições físicas ideais, Lincoln deve ficar como opção no banco de reservas.
FICHA TÉCNICA:
SANTOS X RED BULL BRAGANTINO
SANTOS - João Paulo; Hayner (Aderlan), Gil, Joaquim e Felipe Jonatan; João Schmidt, Diego Pituca e Giuliano; Pedrinho, Guilherme e Furch. Técnico: Fábio Carille.
RED BULL BRAGANTINO - Cleiton; Nathan Mendes, Lucas Cunha, Luan Cândido e Juninho Capixaba; Matheus Fernandes, Jadson e Ramires; Helinho, Eduardo Sasha e Vitinho. Técnico: Pedro Caixinha.
ÁRBITRO - Matheus Delgado Candançan (SP).
HORÁRIO - 20h30.
LOCAL - Neo Química Arena, em São Paulo (SP).