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Anvisa autoriza registro de vacina para prevenção de bronquiolite em bebês

Nesta segunda-feira, 1º de abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) oficializou no Diário Oficial da União a autorização para o registro da vacina Abrysvo, produzida pela farmacêutica Pfizer.

Por Midia NAS em 01/04/2024 às 22:12:01
Nesta segunda-feira, 1º de abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) oficializou no Diário Oficial da União a autorização para o registro da vacina Abrysvo, produzida pela farmacêutica Pfizer. O imunizante é destinado ao combate do vírus sincicial respiratório (VSR), um agente patogênico conhecido por causar infecções no trato respiratório, especialmente a bronquiolite.

A vacina Abrysvo é direcionada especificamente a gestantes entre 32 e 36 semanas de gestação. Ao imunizar gestantes, o intuito é fornecer proteção indireta aos recém-nascidos e bebês com até 6 meses de idade.

Esse grupo, juntamente com os idosos, é considerado especialmente suscetível ao desenvolvimento de formas graves de infecção pelo VSR.

Cabe destacar, inclusive, que também foi autorizado o uso da vacina em indivíduos com 60 anos de idade ou mais, já que se trata de uma população considerada de risco.

A administração do imunizante é realizada por via intramuscular, e é necessária uma única dose. Em comunicado, a Anvisa informou que, assim como ocorre com qualquer medicamento, foram identificados alguns efeitos colaterais leves, tais como dores no local da aplicação, de cabeça e musculares.

É importante ressaltar que antes do registro o imunizante passou por estudos clínicos internacionais que demonstraram a segurança e eficácia na proteção de bebês e idosos.

O estudo de fase 3 contou com a participação de mais de sete mil grávidas em 18 centros de pesquisa em todo o mundo, quatro deles no Brasil.

Entre os resultados obtidos, o estudo revelou que o imunizante foi capaz de prevenir em 82% a ocorrência das formas graves de doenças respiratórias em crianças de até 3 meses e em 69% naqueles de até 6 meses de vida. Em idosos, a proteção contra quadros respiratórios graves chega a 85,7%.

Bronquiolite

O vírus sincicial respiratório é responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite até 2 anos. A doença causa a inflamação dos bronquíolos, parte final dos brônquios, responsáveis pela distribuição do oxigênio nos pulmões.

Em entrevista recente ao Estadão, a pediatra Flávia Jaqueline, do Hospital Sabará Infantil, em São Paulo, explicou que o VSR circula principalmente no outono e no inverno, em especial nos meses de maio e abril.

Contudo, o ciclo foi atípico dessa vez. "Por ser um vírus transmitido pelas vias respiratórias, durante a pandemia, com o isolamento social, ele circulou menos. Com o final das medidas de isolamento social, a circulação do VSR vem retornando aos padrões pré-pandemia, o que pode ter colaborado com o aumento das taxas de internação nos últimos anos", afirmou.

Vale destacar que, além do VSR, a bronquiolite também pode ser causada por outros vírus, como o influenza e o adenovírus, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Sintomas e tratamento

Os sintomas da doença são muito parecidos com os de um resfriado. De acordo com o Ministério da Saúde, os mais comuns são: febre baixa, dor de garganta, cabeça e nariz escorrendo.

A pasta destaca ainda alguns sinais de alerta para a bronquiolite, que indicam a necessidade de buscar um atendimento médico.

São eles: febre alta, tosse persistente, dificuldade para respirar, chiado no peito e lábios e unhas arroxeadas.

A pediatra do Sabará cita também a dificuldade na hora de mamar como um indicativo importante de gravidade da doença. "O bebê com bronquiolite fica muito cansado, já que é difícil respirar. Isso muitas vezes acaba se manifestando através da dificuldade na hora de mamar."

Com relação ao tratamento, não há nenhum específico para o VSR, principal causador da doença, nem contra a bronquiolite.

O Ministério da Saúde recomenda evitar contato com pessoas contaminadas e reforçar cuidados básicos de higiene, como lavagem frequente das mãos e de objetos potencialmente contaminados, como brinquedos.

Agora, a vacinação chega como aliada fundamental na prevenção do quadro.

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