O bilionário empresário Elon Musk voltou a criticar o governo e o Judiciário brasileiros. Em resposta a uma postagem no X (antigo Twitter) sobre a nomeação do ministro Cristiano Zanin ao STF (Supremo Tribunal Federal), Musk afirmou que o fato de Zanin ter sido advogado de defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa um “grande conflito de interesse”. O dono do X, da Tesla e da SpaceX tem sido abertamente crítico ao ministro do STF Alexandre de Moraes desde a semana passada, quando anunciou planos para desbloquear contas suspensas após uma ordem judicial. Ele acusa o Judiciário de censura, especialmente em relação às investigações das milícias digitais e dos atos de 8 de Janeiro, chegando a chamar Moraes de “ditador” que tem “Lula na coleira”.
Neste caso, Musk respondeu a uma postagem no X afirmando que Lula havia indicado seu “advogado pessoal” para o STF. Zanin ganhou reconhecimento por sua defesa de Lula em casos relacionados à Operação Lava Jato. Além disso, o bilionário comentou sobre a nomeação de Flávio Dino para o Supremo. Ele respondeu a um post do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmando que Dino era um “antigo aliado do Partido Comunista”. Antes de se tornar ministro, Dino foi senador e governador do Maranhão filiado ao PCdoB. “Do Partido Comunista?”, impressionou-se Musk.
Desde a semana passada, o dono do X tem utilizado a plataforma para criticar Alexandre de Moraes. Musk afirmou que removeria as restrições impostas pelo ministro e sugeriu que o magistrado “renunciasse ou enfrentasse um impeachment” por “trair de forma flagrante e repetida a Constituição e o povo brasileiro”. Em resposta, Moraes incluiu Musk na investigação das milícias digitais por “instrumentalização dolosa” da rede social. Também ordenou uma investigação separada sobre o magnata por suposta obstrução da Justiça, incluindo envolvimento em organização criminosa e incitação ao crime.
Durante uma sessão plenária do STF na quarta-feira, Moraes abordou publicamente a polêmica iniciada por Musk. “Talvez alguns alienígenas não saibam, mas eles vieram a aprender e entender a coragem e a seriedade do Judiciário brasileiro”, afirmou. “A população brasileira, as pessoas decentes, sabem que liberdade de expressão não é liberdade para agredir, não é liberdade para a proliferação de ódio, racismo, misoginia, homofobia, e não é liberdade para defender a tirania”, enfatizou Moraes.
Com informações do Estadão Conteúdo