A Santa Casa de Campo Grande realizou, de janeiro a abril de 2024, 13 transplantes. Esse número representa quase a metade do total de procedimentos realizados em 2023, quando 28 órgãos foram doados. Transplante de rim liberta os pacientes das hemodiálise
Marcelo Lemos
O mês de abril bateu recorde de doações e cirurgias de transplantes de órgãos na Santa Casa, hospital que é sede da Organização de Procura de Órgãos (OPO) e referência desses procedimentos no estado. Segundo a médica responsável pelo setor, Rafaela Campanholo, foram quatro órgãos transplantados apenas no mês passado e 13 desde o início de 2024.
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Segundo a instituição, o índice deste ano representa quase metade do número de procedimentos realizados em 2023, quando foram transplantados 28 órgãos. A previsão é que os dados continuem positivos. "A expectativa é que até o final do ano sejam realizados de 35 a 40 transplantes de rim", disse Rafaela.
O último paciente a receber a ligação que significa um recomeço, foi Moisés Queiroz Vida, de 48 anos. Ele passou 5 anos na fila e viu 200 pessoas serem atendidas antes dele.
"A espera foi muito longa. Eu não acreditava mais nesse transplante. Já tinha perdido a esperança. Minha esposa sempre orava. Eu mesmo já não tinha a fé que ela tinha. Fui pego de surpresa quando me ligaram; foi uma alegria muito grande. Eu estava numa chácara e ninguém conseguia me encontrar", lembrou.
Doação de órgãos
GETTY IMAGES via BBC
Com a esperança e o otimismo renovados, Moisés busca incentivar a doação de órgãos.
"Olhem para mim, feliz, vivendo de novo. Por cinco anos, minha vida ficou parada, parei de fazer tudo que gostava. Não tinha esperança e não acreditava no transplante. Por isso, peço que doem. Ajudem a salvar vidas", completou.
Transplante de rim
O transplante de rim representa cerca de 70% do total de transplantes de órgãos no Brasil, tornando o país o maior transplantador de rim do mundo.
De acordo com a médica Rafaela, cada doador pode contemplar até dois receptores, mas nem sempre os dois são aproveitados.
Fundamentais para o funcionamento do corpo, os rins filtram o sangue e auxiliam na eliminação de toxinas do organismo. Assim, o transplante é recomendado para pacientes com rins que perdem as funções básicas, normalmente provocadas pelo avanço de uma doença renal crônica.
"Para que o transplante aconteça, as famílias precisam autorizar a doação de órgãos. Essa conversa precisa existir. Então, se chegar aquele momento difícil, que a família decida pelo sim e por fazer a diferença na vida de alguém que está precisando. Nossa projeção de transplante para este ano é muito boa, e só vamos alcançar se tivermos doadores. É muito importante incentivar a doação", finaliza a médica.
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