Pelo menos 41 pessoas morreram no fim de semana na região oeste da Indonésia, vítimas das inundações e do fluxo de lava fria de um vulcão, anunciou a agência local de gestão de desastres nesta segunda-feira (13). As fortes chuvas que duraram várias horas em dois distritos da ilha de Sumatra provocaram a queda, no sábado (11), de grandes rochas vulcânicas do Monte Marapi, um dos vulcões ativos da Indonésia, enquanto a água inundava rodovias e residências. “Até ontem à noite havia 37 vítimas. Mas nesta manhã, o número aumentou e chegou a 41”, declarou à AFP Ilham Wahab, da agência de gestão de desastres de Sumatra Ocidental. As equipes de emergência também procuram 17 desparecidos, três no distrito de Agam e 14 no distrito de Tanah Datar, as duas áreas mais afetadas pelas inundações e nas quais vivem centenas de milhares de pessoas.
Abdul Malik, diretor da agência de busca e resgate de Pandang, a capital provincial, afirmou que os corpos recuperados incluem duas crianças, uma de três anos e outra de oito. O governador de Sumatra Ocidental, Mahyeldi Ansharullah, anunciou nesta segunda-feira (13) que 130 pessoas foram levadas para uma escola de Agam. Mais de 2 mil foram transferidas para diversos pontos de Tanah Datar. As estradas nos dois distritos viraram rios, com mesquitas e casas danificadas. As fortes chuvas inundaram bairros inteiros e arrastaram veículos para um rio próximo, enquanto cinzas vulcânicas e grandes rochas caíam do Marapi.
A lava fria, também conhecida como lahar, é o magma formado pelos diversos materiais que compõem as paredes de um vulcão: cinzas, areia e rochas. Sob os efeitos da chuva, podem se misturar e fluir ao longo da cratera. Dwikorita Karnawati, diretora da Agência de Meteorologia, Climatologia e Geofísica da Indonésia (BMKG), explicou que Sumatra Ocidental é um “local único”, porque em algumas partes da província pode chover quase todo o ano”. O potencial para inundações e deslizamentos de terra está sempre presente”, disse. Em 2022, quase 24 mil pessoas abandonaram suas casas e duas crianças morreram nas inundações na ilha de Sumatra, um fenômeno agravado, segundo os ambientalistas, pelo desmatamento porque as árvores atuam como defesas naturais e diminuem a velocidade do fluxo da água. A última grande erupção do Marapi aconteceu em dezembro e expeliu cinzas a quase 3 mil metros de altura. Ao menos 24 alpinistas, a maioria estudantes universitários, morreram na erupção.
*Com informações da AFP