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Ministério Público pede fechamento de cantinas em presídios de MS

A recomendação, que proíbe a venda de alimentos nos presídios de Mato Grosso do Sul, é dirigida à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen/MS) e à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Por Midia NAS em 13/06/2024 às 11:13:42
Recomendação foi direcionada à Agepen e à Sejusp - Crédito: Arquivo/Dourados News

Recomendação foi direcionada à Agepen e à Sejusp - Crédito: Arquivo/Dourados News

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) publicou no Diário Oficial desta quarta-feira (12/6) a recomendação Nº 003/2024/50ªPJ, que visa a adoção de medidas para o encerramento das cantinas em estabelecimentos penais do estado. A recomendação, que proíbe a venda de alimentos nos presídios de Mato Grosso do Sul, é dirigida à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen/MS) e à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

O pedido leva em consideração diversos pontos legais e constitucionais que destacam a responsabilidade do Estado em prover assistência material aos presos.

A prática de permitir a existência de cantinas nos presídios, onde produtos são vendidos aos detentos, tem sido apontada como uma das causas de diversos problemas no sistema carcerário, incluindo o fortalecimento de organizações criminosas dentro dos estabelecimentos penais.

O MPMS ressalta que a exploração de atividades econômicas pelo Estado, como a comercialização de produtos nas cantinas, deve ocorrer apenas em caráter excepcional, conforme disposto no artigo 173 da Constituição Federal. Além disso, o órgão aponta que a existência das cantinas sobrecarrega financeiramente as famílias dos detentos, que muitas vezes não possuem acesso ao auxílio-reclusão e acabam comprometendo suas necessidades básicas para sustentar seus parentes encarcerados.

A recomendação destaca que as cantinas se tornaram espaços propícios para a atuação de organizações criminosas, já que a escassez de alimentos e itens essenciais à sobrevivência no cárcere é monopolizada pelos presos com maior poder de influência. Conforme o MPMS a dinâmica das cantinas contribui para a violação do princípio da intranscendência da pena, impactando negativamente as famílias dos detentos.

Diante desse cenário, o MPMS, através do Grupo de Atuação Especial da Execução Penal (GAEP), recomendou à Agepen e à Sejusp que adotem providências imediatas para o encerramento das cantinas existentes e proíbam a comercialização de produtos nos estabelecimentos penais. Os órgãos têm o prazo de 30 dias para responder ao MPMS sobre o cumprimento da recomendação, informando as providências já implementadas ou que pretendem implementar, com o respectivo cronograma de atividades.

De acordo com o documento assinado pela promotora de Justiça Jiskia Sandri Trentini essa iniciativa do MPMS visa corrigir irregularidades detectadas nos estabelecimentos prisionais, garantindo a proteção dos interesses difusos e coletivos dos presos e fortalecendo a estrutura do sistema carcerário, alinhada aos princípios de legalidade e eficiência estabelecidos na Constituição Federal.

A reportagem entrou em contato com a Agepen que em resposta afirmou que está analisando a recomendação e reforçou que a existência de cantinas obedece ao que está previsto na Lei de Execução Penal, em seu artigo 13, segundo o qual "o estabelecimento penitenciário disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela administração".

Fonte: Dourados News

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