A Amazon está planejando uma grande reformulação da Alexa, que gera prejuízo há uma década, para incluir inteligência artificial conversacional generativa com dois níveis de serviço. A empresa considera uma taxa mensal de US$ 5 (cerca de R$ 27 na atual cotação) para acessar a versão superior, segundo fontes com conhecimento direto dos planos da big tech. Conhecido internamente como “Banyan”, em referência a uma espécie de figueira, o projeto representará a primeira grande reformulação do assistente de voz desde que foi lançado em 2014, juntamente com a linha de alto-falantes Echo.
A Amazon apelidou o novo assistente de voz de “Remarkable Alexa”, afirmaram as fontes, que incluem oito funcionários atuais e ex-funcionários que trabalharam na Alexa. Funcionários da Amazon que trabalharam no projeto dizem que se trata de uma “tentativa desesperada” de revitalizar o serviço, que nunca gerou lucro. A Amazon tem pressionado a equipe com um prazo até agosto para preparar a versão mais recente da Alexa, disseram três pessoas, observando que o presidente-executivo da empresa, Andy Jassy, demonstrou interesse pessoal em ver Alexa revigorada.
Os planos da empresa para a Alexa, incluindo preços e datas de lançamento, podem ser alterados ou cancelados dependendo do progresso do Projeto Banyan, alertaram as pessoas. A Amazon ultrapassou Casas Bahia e Americanas e se tornou o 3º maior e-commerce do Brasil. A Alexa é popular principalmente para definir temporizadores, acessar rapidamente a previsão do tempo, reproduzir músicas ou responder perguntas simples.
As esperanças da Amazon de aumentar as vendas em sua operação de comércio eletrônico por meio do serviço fracassaram, principalmente porque os usuários gostam de ver primeiro os produtos que estão comprando para facilitar a comparação. A big tech cortou milhares de empregos no final de 2023, parte de uma grande reestruturação depois que um aumento no comércio eletrônico alimentado pela pandemia perdeu força. A Amazon está trabalhando para substituir o que chama internamente de “Classic Alexa”, a versão gratuita atual, por uma versão alimentada por IA.
Ainda há outra camada que usa software de IA mais poderosa para consultas e solicitações mais complicadas que as pessoas teriam que pagar pelo menos US$ 5 por mês para acessar, disseram algumas pessoas. A Amazon também considerava um preço de cerca de US$ 10 (R$ 54) por mês, disseram eles. Não há nenhuma ligação com a assinatura Prime de US$ 139 por ano da Amazon, que custa R$ 166,80 no Brasil. Conforme previsto, a versão paga poderia realizar tarefas mais complexas, como redigir um breve email, enviá-lo e pedir jantar para entrega no Uber Eats, tudo a partir de um único prompt, disseram algumas pessoas.
Isso também poderia eliminar a necessidade de dizer “Alexa” repetidamente durante uma conversa com o software e oferecer mais personalização, disseram eles. Mas as pessoas disseram que têm dificuldade em apontar por qual razão os clientes estariam dispostos a pagar por um serviço, mesmo renovado, que hoje é oferecido gratuitamente. A Amazon também pretende turbinar a automação residencial oferecida por meio da Alexa, disseram as pessoas.
Alexa agora pode se conectar sem fio aos chamados dispositivos inteligentes para que possam ser controlados por voz, permitindo ao usuário, por exemplo, acender as luzes da varanda todos os dias às 20h. Mas a Remarkable Alexa poderia aprender com os usuários como ligar a televisão para assistir a um programa semanal favorito ou ligar a cafeteira do usuário após o alarme matinal disparar, o que é possível hoje por meio de avisos que a Amazon chama de Rotinas. Algumas pessoas observaram que, para que tal serviço funcione corretamente, será necessário que os clientes comprem dispositivos adicionais habilitados para Alexa.
Publicado por Carolina Ferreira
*Reportagem produzida com auxílio de IA