Minha maior curiosidade sobre as transmissões da Copa no Globoplay é saber como driblar o delay que normalmente acomete a exibição pelo streaming. Como evitar que o espectador do streaming ouça o vizinho gritar gol antes que ele veja a cena na tela dele?
Tiago Leifert – Convidando o vizinho para o churrasco, ué! Essa parte operacional não é minha área, mas o que sei é que varia de app para app e também há formas de melhorar.
Que expectativas você tem desta Copa? Tem palpite para o jogo da final?
Leifert – Essa Copa marca o fim de uma era, é provavelmente a última de Messi e Cristiano Ronaldo, e por isso, a última chance de eles vencerem o único torneio que falta aos dois. Essa é uma grande história. Do nosso lado, acho que chegamos muito bem, é o melhor time do Brasil desde 1982 –sei que essa opinião é impopular, mas é o que eu acho. Estou confiante que chegaremos na final, e queria muito pegar a França.
Você saiu da Globo para reduzir o ritmo de trabalho, mas logo após o período mais crítico do tratamento da Lua, foi retomando o expediente, com transmissões de futebol, narrações, comentários e entrevistas. Deu tempo de tirar férias?
Leifert – Não deu. O tratamento da Lua não nos permitiu sair da cidade, e por isso eu e Daiana optamos por trabalhar um pouco mais do que a gente tinha inicialmente planejado. Foi importante para a nossa saúde mental, o tratamento é muito desgastante para toda a família, e ter algo para fazer e pensar além do tratamento foi bom para a gente.
Podemos dizer que você tem certa dificuldade em curtir o ócio?
Leifert – (risos) Sim, preciso aprender. Mas quero, tá? Se tudo caminhar bem, ano que vem faço o que eu gostaria de ter feito neste ano.
A missão para esta Copa prevê só GloboPlay ou você poderá frequentar também os estúdios da TV? Não pinta uma saudade do Central da Copa?
Leifert – O que eu mais amava na Central e no Globo Esporte era editar e escrever, e a Hora da Copa vai me permitir isso. A gente entra no ar uma hora antes do jogo, tem muito tempo para conteúdo. Aliás, a equipe que está comigo editando é quase toda da minha fase no Globo Esporte e Central da Copa, então estou muito em casa e feliz com isso. E o que vamos fazer no Globoplay é muito específico, ali é a plataforma correta.
O futebol evoluiu na linguagem, principalmente, e ainda acho que nós, da mídia, precisamos alcançar os caras. A FIFA vai disponibilizar estatísticas e insights que nunca vimos antes, e preparei o time para conseguir traduzir esse futebol contemporâneo, é por isso que temos o Thomaz com a gente, ele é analista de desempenho. Os clubes não vivem mais sem os analistas, e tenho certeza que as transmissões e programas também não viverão mais sem.
Tiago Leifert, Lisca, Thomaz Freitas e Fernanda Colombo no cenário de transmissão da Copa pelo GloboPlay –
A FIFA vai produzir sozinha dez vezes mais dados do que tinha produzido em 2018, isso é muito significativo. A tecnologia permite um novo olhar sobre o futebol e o Globoplay vai fazer isso na Copa, antes de todo mundo. Estamos preparados para dar essa nova leitura, acho que as pessoas vão gostar.
Tem visto Fátima Bernardes no The Voice?
Leifert – Ainda não vi, estou totalmente preocupado com a Copa.
Viu Tadeu no BBB? O que você diria ao Tadeu e à Fátima, como alguém que encarou as funções que eles têm hoje?
Leifert – Vi pouco, a Lua acorda muito cedo! Vi alguns programas no começo e boa parte da final. Ah e quem sou eu para dizer algo a eles, eles não precisam de nada. São mais experientes do que eu.
Tem saudade de alguma das tarefas que você desempenhou ("BBB", "Voice" ou Globo Esporte)?
Leifert – Lido bem com meus caminhos. Acabou, acabou. Sinto saudade das pessoas. Quando eu puder, vou ao Rio visitar os times. Queria muito ir numa terça-feira de eliminação no BBB só para curtir. Ficar na plateia mesmo. E também assistir a um The Voice na plateia.
Tem planos para depois da Copa? Férias? Trabalho?
Leifert – Pretendo ficar parado pelo menos até março. Me deseja sorte (risos). Ano que vem quero fazer menos coisas, vamos ver se eu consigo.