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Colesterol alto: um inimigo silencioso da saúde de cerca de 40% dos adultos no país

Os sintomas do excesso de colesterol são raros, mas podem incluir fadiga, palpitações, dores de cabeça, pressão alta e inchaço abdominal

Por Midia NAS em 08/08/2024 às 10:34:15
Crédito: O HU da UFMS desenvolveu uma cartilha que ajuda no tratamento.

Crédito: O HU da UFMS desenvolveu uma cartilha que ajuda no tratamento.

?Já reparou nas prateleiras do supermercado produtos com embalagens que destacam o alto teor de gorduras saturadas, açúcares e sódio em bebidas e alimentos? Esses rótulos são uma tentativa de alertar as pessoas sobre os riscos do consumo excessivo desses elementos. O que muitos não sabem é que, por trás de uma má alimentação, está um inimigo silencioso da saúde humana: o colesterol alto. Por isso, o Dia Nacional e Mundial de Combate ao Colesterol, celebrado em 8 de agosto, destaca a necessidade de ações concretas e rotineiras para frear um problema que afeta cerca de 40% dos adultos no Brasil.

Tipos de colesterol

Apesar de frequentemente ser visto como negativo, o colesterol é essencial para funções básicas do organismo, como a produção de hormônios e ácidos biliares. "O problema surge quando há um excesso de colesterol LDL, conhecido como "colesterol ruim", que se acumula nas paredes das artérias e forma placas de gordura, aumentando o risco de doenças cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral, o AVC", destaca o nutrólogo Rodrigo Pimentel, chefe da Divisão de Gestão do Cuidado do Hospital Universitário Professor Edgar Santos, da Universidade Federal da Bahia (HUPES-UFBA).

Além do LDL, há outras duas variações do colesterol. O segundo tipo é o VLDL, que, em excesso, também pode ser prejudicial, pois transporta triglicerídeos, outro tipo de gordura, pela corrente sanguínea. O terceiro é o HDL, conhecido como "colesterol bom", pois ajuda a limpar as artérias. Quanto maior o nível de HDL no organismo, menor é o risco de doenças cardiovasculares.

Os sintomas do excesso de colesterol são raros, mas podem incluir fadiga, palpitações, dores de cabeça, pressão alta e inchaço abdominal. O médico reforça que, embora fatores genéticos possam contribuir para a elevação dos índices, a maior parte dos casos é resultante de hábitos inadequados. "Uma dieta rica em gorduras saturadas, falta de exercício físico e acúmulo de peso são os principais pontos de atenção. Mas também pode ocorrer por mutação genética, inclusive em crianças", complementa Pimentel.

Ebserh no combate ao colesterol

De Norte a Sul do Brasil, hospitais vinculados à Rede Ebserh garantem, via Sistema Único de Saúde (SUS), serviços especializados para o diagnóstico e tratamento do colesterol alto, reduzindo o risco de eventos cardiovasculares e mortalidade dos pacientes. "Com uma alimentação adequada, exercícios físicos regulares e acompanhamento médico, é possível diminuir e até reverter os efeitos do colesterol elevado. É por isso que não medimos esforços para atender nossos pacientes de maneira qualificada e multidisciplinar", garante o cardiologista Délcio Júnior, do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS).

O cuidado da empresa pública também se entende aos próprios trabalhadores. No Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB/CHU-UFPA), o programa de extensão "Intervenção multidisciplinar no sobrepeso e obesidade de colaboradores de um hospital universitário em Belém do Pará" tem apresentado resultados positivos na melhoria da saúde dos participantes. Atualmente, quase 200 pessoas são acompanhadas, com expectativa de beneficiar mais de 500 pacientes nos próximos meses.

Nutricionista e coordenadora do programa, Ana Lúcia Faillace destaca o sucesso do projeto. "Nosso foco é promover mudanças na vida dos participantes. Incentivamos a inclusão de alimentos ricos em ácidos graxos essenciais, como peixes e sementes, que são excelentes para a saúde cardiovascular. Além disso, orientamos sobre a importância de reduzir a ingestão de gorduras saturadas e açúcares refinados", detalhou.

Com seis anos de trabalho no HUJBB, a técnica em enfermagem Núbia Gomes passou a se alimentar melhor e a praticar exercícios físicos regularmente, incluindo natação e treino funcional. "Minha condição é genética. Quando criança, tive que tomar medicação quando o meu colesterol estava muito alto", contou. "Hoje, após minha mudança de hábitos, meus exames laboratoriais mostram níveis aceitáveis e até normais de colesterol. Houve uma melhora significativa na minha qualidade de vida, sono e concentração", comemorou Núbia, que é uma das beneficiadas com o programa.

Dicas para manter o colesterol sob controle

  • Evite gorduras saturadas e trans presentes em ultraprocessados.
  • Prefira gorduras insaturadas encontradas em azeite de oliva, abacate e peixes oleosos.
  • Consuma alimentos ricos em fibras solúveis como aveia e maçãs.
  • Não abuse de álcool e cigarros.
  • Pratique exercícios físicos pelo menos três vezes por semana.
  • Faça exames regulares e monitore seus níveis de colesterol para detectar e tratar alterações precocemente.

Serviço

Para ajudar no tratamento da doença, o Hospital Universitário da UFMS elaborou a cartilha "Tenho colesterol alterado: dislipidemia, e agora?", que reúne dicas práticas de alimentação e exercícios aos pacientes. Acesse o documento aqui.

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