O Ministério Público Eleitoral, por intermédio da promotora Grázia Strobel, solicitou a impugnação do registro de candidatura do vereador Tiago Vargas (PP), argumentando que ele está inelegível desde a demissão do cargo de agente de polícia, além de não ter quitado multa eleitoral de 2022.
"Sabe-se que a exclusão do exercício de profissão, por decisão proferida pelo respectivo órgão profissional, quando apurada infração ético-profissional em procedimento contraditório e com observância da amplitude de defesa, desperta impedimento à candidatura, qual seja, a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, alínea 'm', da LC n. 64/90, com redação dada pela LC n. 135/2010, e que se impõe desde a decisão definitiva e perdura até o transcurso de 8 (oito) anos", afirma.
Tiago chegou a ser eleito para o cargo de deputado estadual em 2022, quando teve 18.288 votos, mas acabou não assumindo o mandato, justamente por estar inelegível.
Ao pedir a impugnação, a promotora pontuou que não há decisão suspendendo os efeitos da medida que declarou o candidato inelegível. Também destacou o fato de Tiago não ter quitado multa que recebeu após propaganda irregular contra Capitão Contar.
O vereador alegou que pagou as parcelas até o mês de agosto, apresentando comprovantes em anexo ao questionamento do MPE. A defesa também questionou a inelegibilidade solicitada pelo MPE.
"Deste modo, longe de questionar a constitucionalidade de referida alínea, certo é que se deve submetê-la a um processo de convencionalidade em face do Tratado do qual o Brasil é signatário, como já exposto, paralisando a eficácia do impedimento à elegibilidade com base em decisão proferida em sede de processo administrativo, inclusive porque sua condução é sem a participação do Ministério Público, como fiscal da lei, e dando plena força de disciplina à norma internacional. Com base, pois, nestas premissas no sentido da elegibilidade do impugnado, ante a natureza de suas infrações que ensejou sua demissão do serviço público por conveniência da administração ante as relações de conflitos hierárquicos e desidiosos, sem composição de caracteres delituosos, deve a impugnação ser julgada improcedente", solicitou.