O exoplaneta (um planeta situado fora do nosso sistema solar) dista 700 anos-luz da Terra e foi descoberto em 2011. Tem uma série de particularidades que o tornaram um objeto de estudo para os astrofísicos que trabalham no telescópio Webb.
O WASP-39b é considerado um 'gigante gasoso', tendo uma massa equivalente a Saturno e um tamanho semelhante ao de Júpiter. No entanto, enquanto estes planetas mais próximos de nós são frios e distantes da sua estrela, o WASP-39b está tão próximo da sua estrela como Mercúrio está do 'nosso' Sol, tornando-o num exoplaneta muito quente.
Em agosto, o Webb - o telescópio lançado em 2021 que tem permitido um maior conhecimento do espaço, providenciando imagens estonteantes - identificou a presença de dióxido de carbono na sua atmosfera e, agora, encontrou também água, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, sódio e potássio, o que torna a atmosfera deste exoplaneta muito tóxica.
WASP-39 b is an old friend! In August, Webb showed the first clear evidence of carbon dioxide in a planet outside our solar system. New data from the same planet also shows water, sulfur dioxide, carbon monoxide, sodium and potassium. https://t.co/PTUX8VJF2J
— NASA Webb Telescope (@NASAWebb) November 22, 2022
O WASP-39b é, claro, inabitável. Mais do que oferecer um possível destino para seres vivos, a descoberta é mais uma demonstração da inovadora capacidade do Telescópio Webb para recolher análises moleculares no Espaço e perceber as composições de planetas muito distantes.
O feito do Webb é também notável, considerando a distância a que se situa o WASP-39b - a cerca de 6.600.000.000.000.000 quilômetros.
Como explica o site Gizmodo, citando a análise do Centro de Astrofísica que junta a Universidade de Harvard e o Instituto Smithsonian, o Webb descobriu estes elementos esperando que a estrela iluminasse o WASP-39b por trás, de modo a 'flagrar' as ondas infravermelhas dessa luz e deduzir, assim, os elementos presentes nessas ondas.
No comunicado divulgado pela Agência Espacial Europeia (ESA), a cientista Shang-Min Tsai, uma das principais autoras do artigo que explica a descoberta, diz que esta "é a primeira vez que vemos provas concretas de fotoquímica - reações químicas iniciadas por luz proveniente de estrelas - em exoplanetas".