Mais uma ocupação indígena foi registrada no interior de Mato Grosso do Sul. O novo episódio ocorre numa propriedade rural da cidade de Sete Quedas. Há relatos de conflito e de que ao menos uma pessoa teria ficado ferido.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela proprietária de uma das áreas invadidas, os indígenas teriam colocado fogo para prejudicar a plantação de soja. A fazendeira sustenta que tentou negociar diretamente com o grupo, mas não houve acordo.
Um acampamento foi erguido pelos indígenas, que alegam ali ser uma área Tekohá Garcetekué. Na segunda-feira (23), houve um confronto entre os produtores da região e os indígenas e que deixou um sitiante ferido pelo disparo de arma de fogo.
Durante a noite do mesmo dia, um dos barracos do acampamento foi incendiado. Os indígenas acusam os produtores pelo fogo, mas os produtores alegam que os próprios nativos causaram o incêndio.
A área ocupada está situada às margens da rodovia estadual MS-160. A Polícia Militar foi acionada e duas equipes foram para o local, bem como equipes da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e da Força Nacional.
Ocupação começou no fim de semana
Segundo a versão do dono de uma das áreas ocupadas, na noite do último sábado (21) ele ouviu uma movimentação estranha e o barulho de veículo vindo de sua outra propriedade, que fica em frente.
No domingo (22), ele foi procurado pelo capataz do arrendatário informando sobre a presença de indígenas nos fundos da propriedade. O funcionário também relatou ter visualizado barracos de lona já construídos no local.
No local, havia aproximadamente 30 indígenas, inclusive crianças, e que estavam acampados próximo a uma mata, armados com flechas, estilingue, facões, porrete e suspeita de arma de fogo.
Clima tenso entre indígenas e a segurança pública
No último dia 18, um confronto entre indígenas e policiais militares em uma propriedade rural na cidade de Antônio João resultou na morte de um indígena, identificado apenas pelo primeiro nome de Néri.
A situação gerou debate entre os deputados estaduais e motivou até mesmo uma reunião de emergência entre o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).